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sexta-feira, 22 de maio de 2020

Livres para Viver no Espírito



Gálatas 5.16-25

Introdução 
O pano de fundo de Gálatas é a controvérsia legalista que deu ocasião ao concílio de Jerusalém em Atos 15.
Paulo e Barnabé tinham visitado a parte sul da província romana da Galácia em sua primeira viagem missionária (At. 13-14; a.D. 48-49).
Depois de seu retorno a Antioquia, Pedro visitou aquela igreja, e por ocasião dessa visita aconteceu a controvérsia relatada em Gálatas 2.11-16.
A questão claramente percebida por Paulo era a natureza tanto da justificação quanto da santificação; seriam elas produtos exclusivos da fé ou seria exigida alguma medida de lealdade à Lei?
Que toda a questão estava longe de ser resolvida naquela altura parece evidente não só devido à relutância de Pedro em querer manter sua comunhão com os gentios, mas também às exigências impostas pelos enviados de Tiago.
Parece que a pressão inicial que Pedro sentira depois de levar Cornélio à fé em Jesus (cf. At. 11.2) havia retornado com suficiente força para afetar até os líderes da igreja em Jerusalém.
Logo depois disso Paulo recebeu a notícia que as mesmas pressões estavam sendo aplicadas às jovens igrejas que ele e Barnabé haviam fundado menos de um ano antes.
Assim, esta epístola fervorosa, nascida de uma controvérsia que ameaçava os fundamentos do cristianismo, foi escrita como uma defesa da Liberdade que os cristãos desfrutam da sujeição ao pecado e da salvação que obtemos (e que se manifesta na justificação + santificação) somente por meio da fé e não pelas obras da Lei.
Sem dúvida nenhuma Paulo chega a parte final desta carta, esboçando uma preocupação com a deturpação desse principio.
Ele procura definir os limites da liberdade cristã, a fim de evitar a acusação de promover um estilo de vida libertino e sem limites.
Vivemos numa sociedade que se entrega ao amor próprio e tudo o que se faz é conforme a própria vontade, buscando a própria felicidade, conforto e paz. Um verdadeiro Hedonismo: “Culto ao prazer”.
Tudo isso por demonstrarem ser quem realmente são numa esfera espiritual: Escravos e submissos ao pecado.
Esta entrega ao eu, com certeza, é destrutivo para a sociedade, para a família e qualquer relacionamento humano. Tal curso é o produto da influência e ilusão de Satanás, diretamente opostas à direção e as determinações das Escrituras para a vida do cristão.
Os crentes que estão crescendo entre nós e muitas vezes cercados por esse cenário, fazem várias perguntas para os seus pastores, mas talvez a pergunta mais freqüente seja: “Como eu posso ter vitória sobre o pecado e a tentação?”
Essa é uma pergunta muito boa para se fazer porque quem a faz revela um desejo no seu íntimo de se tornar cada vez mais parecido com Jesus Cristo. 
A palavra usada para se tornar mais parecido com Cristo é “santidade” ou “santificação”.
Santidade ou santificação é um processo para nos tornarmos mais puros em nosso comportamento, um processo que dura uma vida e que começa no momento em que uma pessoa recebe Jesus como Senhor e Salvador da sua vida, sendo regenerado ou nascendo de novo.
Santidade ou santificação é um processo diário pelo qual o crente se torna cada vez mais forte ao vencer o pecado e a tentação.
Muitos de nós querem isso! Queremos ser fortes diante do pecado e da tentação.
Mas infelizmente, existem também entre nós muito que não dão a minima para esse princípio, e se nós não almejamos por isso, se não desejamos crescer em santidade, pecar menos e amar mais a Cristo, então em nós não há o fruto do Espírito, e consequentemente não há salvação.
Porque a salvação muda uma pessoa completamente. Em todos os aspectos da sua vida.
“Se alguém está em Cristo, ele ou ela é uma nova criatura. As coisas velhas passaram. Eis que tudo se fez novo (2 Coríntios 5:17).”
Romanos 6.11 diz: “considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor.”
Nós aprendemos que quando nos deparamos com a tentação para pecar, nós respondemos dizendo: “Estou morto para isso.”
Falamos de várias tentações na prática, tais como, quando você foi magoado por algo que alguém disse e ao invés de responder o mal com o mal, você diz para si mesmo: “Estou morto para isso.” E vai embora.
Alguém faz fofoca de outra pessoa ou a conversa se torna carnal e mundana, diga: “Estou morto para isso” e vá embora.
O link no computador pisca na sua tela te convidando a dar uma olhada em pornografia e você lembra a si mesmo que está morto para isso e vivo para Deus em Cristo Jesus.
Velhos hábitos como fumar, beber, luxúria, glutonaria, amargura, falta de perdão, considerem-se mortos para o pecado e vivos para Deu em Cristo Jesus.
Neste capítulo 5 de Gálatas, a grande ênfase do Apóstolo Paulo é que em Cristo estamos em verdadeira liberdade. Antes, estávamos escravizados pelo pecado, mas agora somos filhos de Deus, sujeitos a vontade d’Ele.
Gálatas 5 é uma das passagens chaves nas Escrituras que se ocupam com a vida cheia do Espírito ou o andar mediante o Espírito Santo, o qual habita em cada crente.
Isso é importante para compreender o argumento central de Paulo a respeito da liberdade do crente.
No trecho em que acabamos de ler, Paulo fala do conflito existente entre a carne e o Espírito, mostra-nos ainda que o Espírito Santo é o nosso santificador e o único que pode nos conduzir a uma vida de oposição à nossa carne, a subjugando e anulando seus efeitos.
Sabemos que é Jesus Cristo que nos liberta. Mas sem a obra contínua, orientadora e santificadora do Espírito Santo, a nossa liberdade é deturpada.

Então, veremos o que o texto aqui referido pode nos ensinar e ele está dividido da seguinte maneira:
A verdadeira liberdade espiritual consiste em vencer os impulsos pecaminosos da natureza humana por meio do controle do Espírito com humildade e harmonia resultantes (5.16-25).

1. A escolha pelo controle do Espírito em lugar do controle da carne capacitará o crente a triunfar sobre o pecado e sobre a Lei (5.16-19).
O texto faz referência aos combatentes do conflito cristão, a carne e o Espírito. À luz da Bíblia, podemos afirmar que a “carne” representa o que somos por natureza e o “Espírito” é o que nos tornamos por meio do novo nascimento, o nascimento do Espírito. Estes dois, a carne e o Espírito vivem em ferrenha oposição.
Paulo diz expressamente: “andai no Espirito”. Isso não é uma opção, mas uma ordem. Sem a qual nenhum cristão jamais alcançará uma liberdade continuamente crescente em sua vida.
E a motivação para obedecer tal mandamento vem da descrição que Paulo faz a seguir do tipo de vida que é produzido pelo controle das obras da carne.

2. Uma vida controlada pela carne resulta em total rejeição por parte de Deus (5.19-21).
 ... por causa da imoralidade (5.19).
 ... por causa da religião corrupta (5.20b).
 ... por causa de pecados sociais (5.20b-21).
 ... por causa de pecados de intemperança (5.21b).
Em outras palavras, a manifestação natural de suas escolhas, revelam a sua essência corrompida pelo pecado e levam à máxima rejeição por parte de Deus. Isso é tudo que somos capazes de produzir naturalmente através da nossa escravidão do pecado.

3. Uma vida controlada pelo Espírito, por outro lado, promove a genuína liberdade da Lei para aqueles que pertencem a Cristo (5.22-23).
 ... ao gerar algumas qualidades que parecem descrever a atitude do cristão para com Deus, o próximo e ele mesmo.
a)      Atitude do Cristão em Relação a Deus: Amor, Alegria e Paz – o primeiro amor cristão deve para com Deus, sua principal alegria deve ser em Deus e a sua paz mais profunda é a sua paz com Deus.
b)      Atitude do Cristão em Relação ao Próximo: Longanimidade, Benignidade, Bondade – são virtudes sociais, expressam as qualidades para que tenhamos relacionamentos saudáveis; Longanimidade é a paciência em relação aos que nos irritam e perseguem; Benignidade é uma questão de disposição; Bondade se expressa em palavras e atos.
c)      Atitude do Cristão em Relação a Si Mesmo: Fidelidade, Mansidão e Domínio Próprio – Fidelidade - descreve uma característica de alguém que é confiável. Mansidão - significa poder sob controle, humildade e por fim Domínio Próprio – autocontrole.
Todas essas características são o fruto do Espírito, o produto natural que aparece na vida dos cristãos dirigidos pelo Espírito Santo. “Contra essas coisas não há lei” (vs. 23), pois a função da lei é controlar, restringir, impedir, e aqui não há necessidade de limitações.
O contraste entre estes dois pacotes de ações e atitudes é bem resumido da seguinte maneira: “Há leis contra as obras da carne porque elas são destrutivas, mas não contra o fruto do Espírito, pois é edificante.”

4. O último comentário de Paulo sobre este conflito enfrentado por todo cristão é que o controle do Espírito e a vitória somente são possíveis por causa da união de cada crente na morte de Cristo (5.24-25).
No versículo 24: “E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e seus desejos”. 
Este é o nosso alvo ao olhar para a Graça de Deus demonstrada na cruz.
Crucificar a nossa carne, mortificando-a juntamente com a nossa velha natureza.
De maneira que cheguemos a afirmar como o apóstolo afirmou anteriormente: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.” (Gálatas 2:20)
 Tomamos a nossa velha natureza egocêntrica, com todas as suas paixões e desejos pecaminosos, e a pregamos na cruz.
No versículo 25: “Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito”.
O caráter cristão é produzido e aperfeiçoado pelo Espírito Santo, não pela mera disciplina moral de tentar viver pela Lei. Paulo deixa claro que a Justificação, produz santificação e não libertinagem.
O Espirito Santo que habita no cristão produz na sua vida virtudes espirituais que lhe são suficientes para mantê-lo no caminho certo.

Conclusão
Precisamos Entender Que a Vida Cristã Inclui Um Grande Conflito Entre a Carne e o Espírito.
Isto acontece porque a partir da conversão o Espírito Santo passou a habitar em nós, sendo assim, a carne e o Espírito vivem numa luta constante.
Precisamos Entender Que o Caminho Para Vencer é a Mortificação da Carne e um Andar Contínuo no Espírito.
Devemos nos lançar completamente sobre o senhorio de Cristo na nossa vida, e para isso é fundamental que a cada dia crucifiquemos o nosso desejo pecaminoso e desfrutemos dos meios de santificação, ou seja, oração, leitura bíblica, participação nos cultos, assim estaremos andando no Espírito e vivendo uma vida para glória de Deus.

Questões para Refletir
Você tem vivido uma vida cristã digna ao ponto de valorizar todas as riquezas que Cristo conquistou por você na cruz?
Você acredita que a igreja; bem como suas famílias influenciam o mundo com a Luz de Cristo, ou estão sendo influenciados pelas trevas e o pecado que reinam nesse mundo?
Diante de tudo que observamos na Palavra, o que mais tem contribuído para que a igreja, bem como os seus crentes tenham cedido tanto ao padrão imoral desse mundo?
Você já parou para pensar em qual é o seu papel como parte deste corpo nesta luta contra o mundanismo e o pecado que tanto nos assedia?

A luta contra as trevas e o pecado é a mais antiga que possamos imaginar, e ela continuará até o dia do encontro com o nosso Senhor Jesus Cristo.
Mas, se cada um de nós observarmos atentamente a direção que Deus tem nos dado nesses dias, e não nos deixarmos enganar pelas trevas e o orgulho que mora dentro de nós, o Reino de Deus será engrandecido, Deus se alegrará e o seu nome terá sido honrado em todo tempo.
Quero fechar esta reflexão com uma importante Palavra do Senhor para nós.
Tito 2.11-13 – “Porquanto, a graça de Deus se manifestou salvadora a todas as pessoas. Ensinando-nos a renunciar as paixões mundanas e a viver de uma maneira sensata, justa e piedosa nesta presente era, enquanto aguardamos a bendita esperança: o glorioso retorno de nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo.”
Que Deus nos abençoe e conserve em nós esta alegre e firme expectativa, vivendo acima de tudo conforme o seu agrado.

Somente pela Graça!
Pr. Alysson Diniz

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