"Todos os que criam
mantinham-se unidos e tinham tudo em comum."
Atos 2.44
Quando falamos em ter uma vida em comum, falamos de comunidade e quando
falamos de comunidade seria impossível não pensar em nossa igreja.
Ao passar do tempo, vemos o verdadeiro sentido do que é ser uma igreja se
perder.
Muitos passam a vir a igreja com intenções diferentes do que na verdade
deveriam ter.
O que aconteceu com aquela igreja que perseverava na doutrina, na comunhão,
no partir do pão, nas orações.
Onde está aquela igreja que perseverava unânime no templo, o que aconteceu
com a verdadeira alegria e singeleza de coração.
A definição verdadeira de igreja se dá ao termo grego: EKLESIA, que significa reunião daqueles que são chamados para fora.
E nós temos o dever de fazer parte desta igreja.
A Palavra do Senhor nos exorta a vivermos sempre em unidade com nossos
irmãos.
I Pe. 3:8 – “Finalmente, sede todos de um mesmo
sentimento, compassivos, cheios do amor fraternal, misericordiosos e humildes.”
A grande verdade meus irmãos é que Deus quer que vivamos juntos, e a Bíblia
chama esta experiencia de comunhão.
Também esta palavra tem perdido grande parte de seu significado.
Ao falarmos de comunnhão hoje em dia, pode se referir normalmente a uma
conversa casual, alguma atividade social, comida e diversão.
Geralmente ficar para confraternização ou “comunhão” significa esperar pelo
lanche!
I Co. 12:25b
– “...tenham os membros igual cuidado,
uns dos outros.”
Falar de comunhão, é falar de cuidado mútuo. Existe no meio da comunháo
verdadeira a preocupação com as necessidades uns dos outros.
O próprio Jesus, vindo ao mundo, teve por alvo de seu ministerio, não só
salvar o homem e recocilia-lo ao Pai, mas também reuní-lo para que sejam um
corpo funcional que trabalhe em prol do Reino de Deus.
Jesus ministrou este contexto de um pequeno grupo de discípulos.
Para isso o Senhor dirigiu vocações a eles que daríam continuidade ao
ministerio de Jesus, fundando a primeira comunidade de cristãos.
Meus amados precisamos entender que no interior deste templo podemos formar
uma unidade verdadeira em que nós podemos extrair grandes benefícios para nossa
própria vida.
E infelizmente, muitos crentes pensam que não precisam vir a igreja, pois
igreja não salva ninguém, e o que ele precisa é de ler a bíblia em casa sozinho
e orar.
Muitos usam por desculpa em
que Deus não habita em templos feitos por mãos humanas,
portanto não precisam estar aqui necessariamente.
Este tem sido o princípio de muitas seitas que fazem desse argumento uma
doutrina a ser seguida.
Mas o principio bíblico não é este, mas de congregarmos juntos a igreja,
num só propósito.
Hebreus 10:25 – “Não abandonemos,
como alguns estão fazendo, o costume de assistir as reuniões. Pelo contrário,
animemos uns aos outros e ainda mais agora que vocês veem que o dia está
chegando.”
É muito triste irmãos ver uma igreja que não dá nenhum valor a comunhão
verdadeira.
Como o autor do livro de Hebreus mesmo disse: “Muito mais agora que vocês veem que o dia está chegando.”
E que dia é este? Nós sabemos que dia é este. E haverá um tempo em que ser
cristão novamente será muito difícil, e se não estivermos juntos em comunhão
será mais difícil ainda.
O Senhor está a porta de sua igreja, e está nos alertando destes dias que
virão.
Muitos não percebem que na comunhão verdadeira nós podemos crescer no
conhecimento de Deus, ser fortalecidos nos momentos de fraquezas.
Davi sabia disso quando compôs o salmo 27:4-5.
“Uma coisa pedi ao Senhor e a buscarei: que eu possa
morar na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a
formosura do Senhor e aprender no seu templo. Porque no dia da adversidade me
esconderá no seu pavilhão; no oculto do tabernáculo me esconderá; pôr-me-á
sobre uma rocha.”
A real comunhão significa muito mais do que aparecer nos cultos. É ter uma vida em comum.
E é sobre este tema que estaremos estudando um pouco nesta noite: TENDO UMA
VIDA EM COMUM.
Ter uma vida em comum, não quer dizer viver numa comunhão superficial, mas
sim em uma comunhão verdadeira.
Muitos crentes pensam que estão em comunhão com seus irmãos, por que até
então não houve nenhum tipo de disavença, portanto está tudo bem.
Devemos compreender qual a diferença entre a comunhão verdadeira e a falsa
comunhão.
Na verdadeira comunhão, as pessoas encontram
autenticidade.
I Jo. 1:7 – “Se porém andarmos na luz, como ele está na luz, temos
comunhão uns com os outros [...].”
A comunhão autentica não é superficial; um papo-furado repleto de
banalidades.
É genuína, de coração para coração; as vezes permitindo partilhar coisas
íntimas.
A comunhão autentica ocorre quando as pessoas são verdadeiras sobre quem
são e sobre o que está acontecendo em sua vida.
Elas dividem suas mágoas, revelam seus sentimentos, confessam suas falhas,
dão a conhecer suas dúvidas, admitem seus medos, reconhecem suas fraquezas e
pedem ajuda e oração.
Autenticidade é exatamente o oposto do que você encontra em muitas igrejas
por aí!
Em vez de uma atmosfera de honestidade e humildade, há uma conversação
fingida, representada, politiqueira, superficialmente educada e frívola.
As pessoas vestem máscaras, matêm a guarda levantada e agem como se tudo a
sua volta fosse positivo.
Colossenses
3:9 – “Não mintais uns aos outros, pois
já vos despistes do velho homem com os seus feitos.”
Essas atitudes são a morte da verdadeira comunhão. É somente quando somos
abertos sobre a nossa vida que experimentamos a real comunhão.
O mundo pensa que a intimidade ocorre na escuridão, mas Deus disse que
ocorre na luz.
As trevas são usadas para esconder ferimentos, erros, medos, fracassos e
falhas.
Mas na luz é diferente, nós nos abrimos em público e admitimos quem
realmente somos.
Naturalmente, ser autêntico exige tanto coragem quanto humildade.
Significa enfrentar seu medo de exposição, de rejeição e de novamente ser
magoado.
Porque alguém correria esse risco? Porque é a unica maneira de crescer
espiritualmente e ser emocionalmente saudável.
A Bíblia diz em Tiago 5:16 – “Portanto,
confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem
curados.”
Nós só crescemos assumindo riscos e o mais difícil risco de todos é sermos
honestos com nós mesmos e com os outros.
A medida que a igreja cresce em autenticidade, a real comunhão ganha seu
espaço no corpo da igreja.
Este é o nosso dever para com nosso irmão: ser verdadeiramente autentico.
Na veradadeira comunhão, as pessoas encontram
reciprocidade.
Galatas 6:2 – “Levai as cargas uns dos outros e assim cumprireis a lei
de Cristo.”
A reciprocidade é a arte de dar e receber. De depender um do outro.
Paulo nos ensina que o corpo não é só um membro mas muitos (I Co. 12:14),
sendo muitos membros, exige-se porém plena dependência um do outro.
Pois se estou com sede, meus pés me levarão até a jarra de água, minhas
mãos apanharão o copo com água e levará até a minha boca.
Percebemos uma parceria entre os membros, que juntos trabalham para o bom
funcionamento do meu corpo.
Mutualidade é o coração da comunhão: edificar relacinamentos recíprocos,
dividir responsabilidades e ajudar uns aos outros.
Paulo disse: Quero que nos ajudemos uns aos outros com a fé que temos. A
vossa fé me ajudará, e aminha fé os ajudará.
Todos nós somos mais constantes em nossa fé, quando outras pessoas caminham
conosco e nos incentivam.
Meus irmãos, como poderemos crescer, ser incentivados quando estivermos
desanimados, buscar força ao estivermos fracos, se estivermos sozinhos.
O isolamento é o pior abismo em que uma pessoa necessitada pode cair.
Somente juntos e unidos para nos reerguer, diante as dificuldades.
Ecle. 4:9-10
– “É melhor haver dois do que um, porque
duas pessoas trabalhando juntas podem ganhar muito mais. Se uma delas cair, a
outra ajuda a levantar. Mas, alguém está sozinho e cair, fica em má situação,
porque não tem ninguém que o ajude a levatar.”
Isso quer dizer que quando estamos juntos somos muito mais bem sucedidos e
também somos consolados nas aflições.
A Bíblia ordena que haja prestação de contas, incentivo recíproco, mútuo
atendimento e honra recíproca.
Por mais de cinquenta vezes ao longo do Novo Testamento, somos orientados a
realizar diferentes tarefas “uns aos outros” e “entre si”.
Em Romanos
14:19 diz – “Esforcemo-nos em promover
tudo quanto conduz a paz e a edificação mútua.”
Você não é responsável por todos no corpo de Cristo, mas é responsável para
com eles.
Deus espera que você faça tudo que puder para ajudar seu irmão em Cristo.
Na verdadeira comunhão, as pessoas encontram compaixão.
Colossenses 3:12 – “[...] revistam-se de profunda compaixão, bondade,
humildade, mansidão e paciência.”
Paulo neste contexto, trata de questões que dizem respeito a nova criatura.
Se nós crentes, ao nascermos de novo, abandonamos a velha natureza
juntamente com seus velhos hábitos.
Precisamos manifestar nossos novos hábitos que vieram juntamente com o novo
nascimento.
Para isso ele nos exorta quanto a revistamos de profunda compaixão,
bondade, humidade, mansidão e paciência.
Estas virtudes apresentadas por Paulo, representam aquilo que alimenta a
verdadeira comunhão.
Compaixão não é dar um conselho ou oferecer uma ajuda rápida e superficial;
compaixão é penetrar e partilhar a dor dos outros.
Compaixão é um termo que denota uma atitude que provém autenticamente do
coração, e que se traduz em ações correspondentes para com outras pessoas.
A compaixão diz: “Compreendo o que você está passando e o que você sente
não é estranho ou absurdo”.
Hoje em dia algumas pessoas chamam isso de “empatia”, mas a palavra bíblica
é “compaixão”.
A compaixão alcança duas neessiades fundamentais dos seres humanos:
anecessidade de ser compreendido e de ter seus sentimentos confirmados.
Toda vez que compreende e confirma o sentimento de alguém, você constrói
comunhão verdadeira.
O problema é que estamos frequentemente tão apressados em corrigir as
coisas que não temos tempo de sentir compaixão.
Ou ainda estamos preocupados com nossas mágoas.
A autopiedade esgota completamente a compaixão pelas outras pessoas.
É em tempos de crise, tristeza e dúvidas profundas que mais precisamos uns
dos outros.
Quando as circunstâncias nos esmagam a ponto de nossa fé vaicilar, é que
mais precisamos de amigos crentes e irmãos que estejam ao nosso lado.
Precisamos de irmãos que estejam juntos e se compadeçam de nós, que nos
ajudem a levantar e a caminhar, isso com certeza é muito importante para
comunhão da igreja.
Quando estamos juntos em comunhão com nossos irmãos e presença de Deus
parece ser mais viva e real.
Foi disso que Jó necessitou durante seu sofrimento.
Jó 6:14 – “Um homem desesperado deve receber compaixão
de seus amigos...”
Infelizmente, se dentro de uma igreja não houver compaixão veremos grandes
problemas crescendo no nosso meio.
Por exemplo, as divisões, a inssesibilidade, a igreja não será mais um
lugar de refúgio para os aflitos.
Na verdadeira comunhão, as pessoas encontram
misericórdia.
II Coríntios 2:7 – “Quando as pessoas pecarem, vocês devem perdoá-las e
confortá-las, para que não sejam vencidas pelo desespero.”
A comunhão é uma situação em que opera a misericórdia; em que os erros não
são lembrados mas apagados.
A comunhão acontece quando a misericórdia triunfa sobre a justiça.
Todos nós precisamos de misericórdia, pois todos nós tropeçamos e caimos e
precisamos de ajuda para voltar para o caminho.
Precisamos oferecer misericórdia uns aos outros e estar dispostos a
recebê-la uns dos outros.
Jesus ensinando o sermão da montanha disse algo muito importante sobre
isso.
Mateus 5:7 – “Bem-aventurados os misericordiosos, por que
receberão misericórdia.”
Salomão também diz em Provérbios 11:17 – “Quem age com bondade faz bem a si mesmo, e quem pratica a maldade
acaba se prjudicando.”
Você não pode ter comunhão sem que haja a misericórdia e o perdão, porque a
amargura e ressentimento sempre destroem a comunhão.
Como somos imperfeitos e pecadores, inevitavelmente magoamos uns aos outros
quando ficamos juntos por algum tempo.
Ás vezes magoamos uns aos outros intencionalmente ou às vezes sem querer.
Mas de qualquer forma, são necessárias enormes quantidades de graça e
misericórdia, para criar e manter a comunhão.
Colossenses
3:13 – “Suportando-vos uns aos outros e
perdoando-vos uns aos outros, se algum tiver queixa contra o outro, assim como
Cristo vos perdoou, assim fazei vós também.”
A misericórdia de Deus para conosco é um estimulo para mostrarmos
misericórdia com os outros.
Lembre-se de uma coisa: jamais lhe será pedido que perdoe a alguém, mais do
que Deus já lhe perdoou.
Lucas 6:36 – “Sede misericordiosos assim como vosso Pai é
misericordioso.”
Agir com misericórdia na igreja, alimentará a chama da comunhão verdadeira.
Sempre que é magoado por alguém, você tem uma escolha a fazer: usar sua
energia e seus sentimentos para buscar vingança ou encontrar a solução. Você não
tem como buscar a ambos.
Muitas pessoas relutam em demonstrar misericórdia porque sabem a diferença
entre confiar e perdoar.
Perdoar é esquecer o passado. Confiar tem relação com o comportamento
futuro.
O perdão deve ser imediato, tenha ou não a pessoa pedido por ele. A
confiança deve ser reconstruída com o transcurso do tempo.
Se as pessoas te magoam repetidas vezes, Deus lhe ordena que perdoe
imediatamente; mas não se espera que volte a confiar imediatamente ou que
continue permitindo que tais pessoas o magoem.
Elas deverão mostrar que mudaram com o tempo.
E o melhor lugar para restaurar a confiança, é exatamente na comunhão
verdadeira.
Pois nela encontraremos todo contexto de apoio mútuo, encorajamento e
prestação de contas mútuas.
Existem muitos outros benefícios que você irá experimentar ao fazer parte
de um grupo que está comprometido com a verdadeira comunhão.
Essa é uma parte essencial da sua vida cristã que não pode ser ignorada.
Por mais de dois mil anos, os cristãos tem se reunido em grupos para buscar
comunhão.
Portanto precisamos compreeder o real valor de se estar em comunhão
verdadeira.
Pois somente assim experimentaremos aquilo que Deus tem de melhor para nós.
Que Deus possa nos abençoar e nos fazer ter uma vida em comum com nossos
irmãos, e o nosso prazer seja estar na casa do Senhor todos os dias das nossas
vidas.
Ministrado por:
Alysson
Diniz R