A cidade de Colossos localizava-se na
Ásia Menor, numa região que hoje pertence á atual Turquia. Distância de aproximadamente 200 km
da cidade de Éfeso.
Em Colossos havia um pequeno número de
cristãos que se havia formado a partir das visitas e pregações de Epafras, um
dos cooperadores do Apóstolo Paulo.
Mas onde Cristo começa a agir também
satanás não demora a entrar em ação.
E este logo tratou de levar a cidade
de Colossos homens que iriam introduzir ensinos sectários.
Tais propagadores ensinavam que os
anjos eram dignos de veneração.
Ensinavam também a guarda do sábado, a
circuncisão e a abstenção de certos alimentos (2.16-18).
A essência de sua crença consistia em
dizer que somente a fé em Jesus era insuficiente para a salvação.
Por isso acrescentaram mais algumas
leis a serem observadas a fim de que os colossenses se tornassem agradáveis a
Deus.
Epafras ficou abalado com a
inquietante confusão provocada pelo falso ensino.
Viajou até Roma, onde procurou a
orientação do Apóstolo Paulo e embora não conhecesse pessoalmente aquela
igreja, colocou-o a par das ocorrências.
Juntos eles intercederam a Deus pelos
Colossenses.
Oraram em vista dos perigos sectários
que haviam infiltrado naquela comunidade.
O
que nos ensina esta oração de Paulo?
A palavra seita é de origem latina: “secta”. Comumente derivada de “sectare”, que significa “cortar” ou
“separar”.
Neste caso a separação seria a das
igrejas cristãs originais.
Ou, mais correto seria derivá-la do
latim “sequor”, que significa
“seguir.
Sectários seriam, então, pessoas que
seguem alguém. Convém sempre levantar a pergunta: Estarão os sectários seguindo
a Jesus Cristo e a seus ensinos?
Se assim não for estarão seguindo
ideologias ou pessoas humanas e, portanto, sujeitos a erros e enganos fundamentais.
Olhando para a situação dos
colossenses, vemos que em nosso contexto atual o aparecimento e a infiltração
de seitas nas comunidades cristãs não é novidade.
A existência de sectários (adeptos de
uma seita) é tão antiga quanto à existência da comunidade cristã.
A criação de seitas é uma das armas
mais sutis e, por isso mais perigosas que satanás usa contra a igreja.
Isso por que os seus adeptos, ao invés
de condenarem a Bíblia (o que logo alarmaria os cristãos) a estudam e a
conhecem aparentemente muito bem.
Mas em vez de serem iluminados pelo
Espírito Santo, para compreenderem a verdade, introduzem nela e nas suas
pregações as suas próprias idéias enganosas.
Esta estratégia é o maior sucesso de
Satanás.
Nem a mais cruel perseguição cristã
conseguiu levar tantas pessoas a desistirem do caminho verdadeiro, como a
expansão das seitas.
Pois todo aquele que não estiver
firmemente enraizado no evangelho de Cristo (o qual prega a salvação pela
graça) é uma presa fácil para o inimigo.
É humano querer contribuir com algo
para a salvação, seja pela observância das leis ou por algo mais, mas este é o
caminho errado.
Na Bíblia percebemos que há duas
maneiras de se salvar: 1º Cumprindo todas as leis divinas e por toda a vida
(Lv. 18.5; Tg. 2.10).
2º Recebendo o presente da salvação
que Deus nos ofereceu gratuitamente por meio de Jesus (Rm 3:24).
A primeira maneira é inacessível a
nós. Só uma pessoa a trilhou irrepreensivelmente: Jesus (Jo. 8.46).
A segunda maneira é a que temos de
escolher. Ela é simples. É o caminho da “justificação pela fé somente”
Mas Satanás coloca neste caminho
perigosas armadilhas.
A principal é a de fazer as pessoas
ignorarem a verdade bíblica da salvação pela graça, mediante a fé somente.
E fazê-las acreditar que precisam
participar, pelo menos um pouco, do pagamento ou da efetivação da salvação.
Mas toda vez que pagamos por algo,
este algo deixa de ser um presente.
Se a salvação deixa de ser um presente
para nós, então já não estamos mais no caminho da fé.
Devemos tomar todo cuidado irmãos.
Provavelmente não andamos por aí anotando todas as nossas boas ações como se
elas nos tornassem mais dignos perante Deus.
Mas todos nós estamos sujeitos a
praticar algumas coisas, ou deixar de praticar outras, para assim comprar de
Deus pelo menos uma pequena parte da salvação.
E desta forma não mais vivemos pela
“graça somente”.
Gálatas 5.4 – “Vós que vos justificais
pela lei, estais separados de Cristo, da graça decaístes”.
Uma vida cristã saudável está
fundamentada na verdade de que os méritos da salvação pertencem somente a
Cristo, e para obtê-la basta crer somente.
Esta é a razão da oração de Paulo.
Apresentar a superioridade e a
suficiência de Cristo à igreja.
Esta oração de Paulo traz consigo
algumas verdades que ficam guardadas nesta carta e que levam a comunidade de
cristãos a desfrutar de uma vida cristã saudável.
Precisamos então extrair essas
verdades para que possamos também desfrutar de uma vida cristã saudável.
Somente assim poderemos vencer as
astúcias ciladas que o inimigo impõe sobre a igreja.
Analise
do texto
Primeira
petição:
“...que
sejais cheios do pleno conhecimento de sua vontade” (VS. 9b)
A vontade de Deus segundo a Bíblia é:
“Que todos os homens sejam salvos e
cheguem ao pleno conhecimento de Deus” (I Tm. 2.4).
O amor de Deus quer reunir todos os
seres humanos como integrantes de uma grande família na eternidade.
E nós, seus seguidores somos chamados
a participar da concretização deste seu desejo.
Devemos pregar o evangelho puro e
simples de Jesus Cristo, orar pelo próximo e agir nesta vida conforme os
padrões da vontade de Deus.
Por esta razão entendemos a vontade de
Deus que se revela na vida daquele que se entrega a Jesus, recebendo-o como seu
Senhor pessoal.
Para fazer parte da família de Deus,
basta arrepender-se e crer em
Jesus. Por nós ele morreu e nos salvou.
Deus em seu amor abriu-nos o caminho a
sua presença.
Ele determinou a incorporação de um
membro ao corpo de Cristo, através de um coração sincero que o invoca dizendo:
Senhor Jesus, salva-me.
Desta forma, irá receber o seu Santo
Espírito, o qual permanecerá selado.
Atualmente, nesta época, a vontade de
Deus não é a instituição de seu Reino visível aqui na terra.
Mas sim a formação e a preparação da
igreja de Cristo.
Quando todos os seus membros tiverem
sido alcançados e estiverem preparados, Ele virá buscá-la.
Contanto, satanás ainda governa no
mundo, e vemos tamanha desgraça que é o seu governo.
A cada dia aumenta a maldade no
coração humano. Violência e perversidade assumiram o estilo de vida da maioria
dos homens.
Mas chegará o dia em que o Senhor
colocará um fim em todas essas coisas.
A vontade de Deus é que todos os povos
sejam salvos e aceitem continuamente o governo de Jesus.
Segunda
petição:
“...que
sejais cheios...em toda a sabedoria e entendimento espiritual” (VS. 9c)
Para compreender a vontade de Deus em
relação aos judeus, à igreja de Cristo, às nações do mundo (I Co. 10.32) e até
mesmo quanto a suas próprias vidas, é necessário sabedoria e entendimento
espiritual.
Estes são dons divinos, dados por Deus
a todo aquele que o pedir.
Pois somente o intelecto humano, mesmo
sendo o mais desenvolvido, não pode compreender os propósitos de Deus (I Co.
2.14).
Portanto o enchimento deve ser feito
com o conhecimento da vontade de Deus e não com algum tipo de gnosis conhecimento especulativo, ou
intelectual, característico dos falsos mestres.
O apóstolo Paulo sabia disso, por isso
ele orava pelos colossenses.
Os leitores de Paulo precisam de
sabedoria espiritual a fim de determinar qual é a vontade de Deus para suas
vidas.
Precisam de entendimento espiritual a
fim de aplicar a vontade de Deus a situações específicas nesta vida.
Terceira
petição:
“...a
fim de viverdes de modo digno do Senhor, para o seu inteiro agrado” (VS. 10a)
Certa vez um menino de cinco anos
apontou para um cavalo e disse a sua mãe:
“Veja mamãe, um cristão!”
“Como assim meu filho? De maneira
alguma! Isso é um animal! Como você pode dizer uma coisa dessas?”
“É por que os cristãos também andam
sempre cabisbaixos e têm um olhar tão triste!”
De fato, há muitos cristãos tristes.
Querem seguir de coração a Jesus, mas
não conseguem viver como um seguidor de Jesus.
E isso os deixa constantemente
desanimados.
Como é grande, muitas vezes, o
conflito no coração do seguidor de Cristo!
No coração do cristão, mora ao mesmo
tempo a alegria de ser filho de Deus e a grande preocupação de não corresponder
a este compromisso.
Depois da sua oração, o apóstolo Paulo
mostra aos cristãos de Colossos o caminho para uma vida digna de Cristo:
“também nele estais aperfeiçoados” (2.10a).
Na família o filho tem a perfeita
posição de filho.
Nada precisa fazer para ser o filho da
casa, por que a vida lhe foi dada pelos seus pais.
Mesmo errando, não é despedido, como
pode acontecer com um empregado.
Este será admoestado e educado, mas
continuará sempre sendo filho.
O mesmo acontece com aqueles que se
entregaram a Cristo como seu Senhor.
Deus nos fez seus filhos. Com isso a
posição diante do Senhor é perfeita. A conduta, contudo, ainda continua a ser
imperfeita.
Existe uma tensão entre a posição
perfeita (que vem pela graça de Deus) e a conduta imperfeita (provocada pela
nossa desobediência).
O que fazer? Vivermos sempre em função
da nossa posição diante de Deus, pois esta posição foi o Senhor mesmo quem nos
deu.
Afinal de contas, este fiel nivelamento
entre a posição e a conduta somente será possível na glorificação.
Entendamos de uma vez por todas meus
irmãos.
A Bíblia diz que tanto o ato da
justificação (posição perfeita) como a santificação (conduta) são providas por Deus para nós.
É isso que nos transforma para uma
vida mais digna na presença do Senhor.
Ambas não podem ser conquistadas por
um esforço próprio, ou por uma boa conduta.
Mas são recebidas apenas pela fé.
É do agrado de Deus oferecer-nos
plenamente de seus presentes.
Por isso Paulo e Epafras pediram em
sua oração que os cristãos de Colossos tivessem uma vida inteiramente para o
seu agrado.
Quarta
petição:
“...frutificando
em toda boa obra”
(VS. 10b)
O apóstolo Paulo pede para que a vida
cristã dos membros de Colossos produza frutos
espirituais.
Existem cristãos que pensam somente
nas coisas celestes.
E não tem o mínimo de interesse pelos
acontecimentos deste mundo.
Mas Jesus não quer que seus seguidores
vivam longe da realidade do dia-a-dia, da mesma forma que Ele não ficou alheio
as ocorrências no mundo.
É verdade que Ele dispensou algum
tempo para oração e comunhão com o Pai Celeste, no mais estava Ele envolvido
com o mundo, em função do seu próximo.
Jesus viveu com seus dois pés na
terra, enfrentando os problemas fazendo amizades, visitando pessoas e
acariciando crianças.
Enfim, esteve ocupado com as
dificuldades e dúvidas do próximo.
Assim os seus seguidores devem viver NO
mundo, sem, no entanto, ser DO mundo.
Uma das distorções infelizes de
algumas formas de cristianismo é a má compreensão do relacionamento existente
entre fé e ação.
A fé que ouviram e que por sua vez
transformou a sua vida deve se manifestar em obras.
Os quais darão frutos e crescimento
pessoal.
A verdade é que devemos manter nossos
olhos sempre voltados para o próximo.
Correspondendo o real sentido do que é
ser cristão.
Como diz em Efésios 2.10 – “Pois fomos criados por Ele, criados em Cristo Jesus para as
boas obras, preparadas de antemão por Deus para que andássemos nelas.”
Desta forma haverá sempre frutos reais
para se servir e agradar ao Senhor.
Quinta
petição:
“...e
crescendo no pleno conhecimento de Deus”
(VS. 10c)
O crescimento no pleno conhecimento de
Deus é apenas um dos elementos que caracterizam a vida daquele que vive de
maneira digna do Senhor.
O crescimento consiste na compreensão
cada vez maior de Deus.
Portanto, Paulo quer dizer que à
medida que conhecemos o Senhor, o resultado será crescimento espiritual.
Este crescimento advém de seu
conhecimento e prática da vontade de Deus.
Por esta razão Deus nos pede que
possamos andar dignamente no Senhor, e Ele mesmo capacita cada crente a viver
uma vida digna e frutífera na sua presença.
Sexta
petição:
“...sendo
fortalecidos com todo poder, segundo a força da sua glória, em toda a
perseverança e longaminidade; com alegria” (VS. 11)
A força da glória de Deus espera poder
manifestar-se na nossa vida conforme o nosso crescimento espiritual.
Ela chega a nós por meio do estudo da
palavra de Deus, tanto particular como em grupo.
A comunhão entre aqueles que também
estão no caminho da fé.
Ela existe nas reuniões de oração em
casa, nos estudos bíblicos e na participação dos cultos na igreja, enfim, em
todos os lugares onde duas ou mais pessoas se reúnem no nome de Jesus.
A oração, tanto particular como em grupo.
Onde estes meios não são obstruídos, o
poder de Deus se manifesta na vida de qualquer cristão.
Nenhuma outra coisa nos fará vencer o
pecado, o mundo e as mentiras de Satanás senão o poder de Deus que opera em
nós.
Seremos grandemente fortalecidos no caminho
da fé e seremos uma benção para muitos.
Esta nova vida se torna possível
mediante o poder de Deus.
A partir de então só resta a Paulo a
adoração. Paulo encerra essa série de preces louvando e agradecendo a Deus, que
capacitou a cada crente fiel, a receber a herança dos santos na luz.
Este é o plano maravilhoso de Deus
para nós, conforme seu grande amor, o seu perdão, a sua misericórdia e seu
poder.
Paulo começou pedindo e encerrou
adorando.
Que seja este também o caminho
indicado e o alvo de nossas orações.
Conclusão
Portanto precisamos acreditar que o
viver dignamente diante do Senhor
1.
Agrada
o Senhor
2.
É
frutífero em boas obras
3.
Cresce
no conhecimento de Deus
4.
É
fortalecido pelo poder de Deus.
Este tipo de comportamento digno do
Senhor nos poupará de enganos e distorções da verdade e nos dará uma vida
cristã saudável.
Que em nós haja sempre a visão correta
de que Cristo é completamente superior e suficiente para nós.
Que Deus nos abençoe e nos faça viver
uma vida cristã saudável na sua santa presença, para honrar e glorificar o nome
dele.
Ministrado
por:
Alysson
Diniz R