A Palavra de Deus nos
adverte a não nos apegarmos a este sistema mundial com suas concepções de
sucesso e glória; maldades e corrupções.
Mas a nos apegarmos
de fato àquilo que representa a vontade de Deus para nós. Vivermos uma vida
separada, distante das paixões mundanas.
Durante algum tempo,
Deus tem me falado muito a respeito do tipo de cristianismo que temos
vivenciado em nossos dias.
E como deve ser o
nosso comportamento mediante aos ensinamentos da Palavra.
Ao longo deste tempo
tenho percebido como muitos têm sido levados para longe de uma vida
autenticamente separada para o Senhor.
Tudo por simplesmente
viverem se preenchendo daquilo que a Palavra considera como passageiro e que
não tem origem no próprio Deus.
John
Wesley – “A conversão tira o
cristão do mundo; a santificação tira o mundo do cristão.”
E de uma forma ou de
outra, aquilo que conhecemos por mundanismo tem-se incorporado a igrejas e
famílias cristãs de tal maneira que vemos seus sinais na vida de muitos que
fazem parte dela.
O dia 20 de março de
1995 ficará para sempre marcado na memória dos japoneses.
Nesse dia, uma seita
conhecida como “Verdade Suprema”, utilizou um tipo letal de gás, para
contaminar toda uma rede subterrânea de metrô em Tóquio, liberando uma
quantidade suficiente para matar 12 pessoas e expor a outras 5 mil aos seus
efeitos.
Um gás invisível, mas
extremamente letal.
Assim é o mundanismo
– uma arma poderosa usada por Satanás para abalar as estruturas de muitas
familias ou igrejas, que consequentemente tem experimentado um esfriamento
espiritual, um cristianismo superficial e/ou um afastamento da Palavra.
Chega a nossa mente e
em nosso coração de forma sorrateira, subtraindo a santidade que Deus deseja
para familias e igrejas.
Se esta não tem sido
a realidade de nosso contexto, com certeza é para muitos e por isso se torna um
alvo para cada uma das nossas orações.
O dicionário bíblico
define “mundano” como aquele que busca satisfação nos bens e prazeres deste
mundo.
Mas veremos neste estudo
que o conceito de mundano e de mundanismo transcende a mera definição dessas
palavras.
Algo que se faz necessário salientar, é o ideal de Deus:
a nossa santificação.
O ideal de Deus para
sua igreja e a família é a santificação; isso porque, em primeiro lugar, ele é
santo.
O Novo dicionário da
Bíblia afirma: “Santidade, tanto no Antigo como no Novo Testamento, é atributo
que, no seu sentido mais elevado, se aplica a Deus. Denota em primeiro lugar, o
fato de estar separado da criação e de estar acima da mesma. Dessa maneira,
estabelece a transcendência de Deus. Yahweh
é o Santo que faz um alto contraste com os deuses falsos e com a criação
inteira.”
Ainda sobre a
santidade cristã, convém afirmar que se trata de um imperativo dado por Deus.
Filipenses 4.3a,7 –
“A vontade de Deus é esta: a vossa
santificação. Pois Deus não nos convocou para a impureza, mas sim para a
santificação.”
I Pedro 1.16 – “Porquanto
está escrito: ‘Sede santos, por que Eu Sou santo’.”
Qualquer tentativa de
andar na contramão destas palavras denota um ato insano de negligencia e uma
atitude contrária a vontade de Deus para a nossa vida, e para os membros de
nossa família ou igreja.
A
origem do mundanismo
A origem do
mundanismo está em Gênesis 3, quando a Bíblia relata a queda da humanidade.
A partir desse
momento, o homem procurou amar o mundo, não o Pai, buscar o prazer da carne e
dos olhos, que a Bíblia chama de “concupiscência”, e viver uma vida de
arrogância e orgulho, que a Bíblia identifica como “soberba da vida”.
Ao exortar os cristãos
a não amarem o mundo nem o que nele há (I Jo. 2.15,16), a Palavra de Deus está
se referindo a não esposar seus valores e conceitos, não seguir seus caminhos
incertos e, tampouco, experimentar os enganosos prazeres que o mundo oferece.
Em síntese, devemos
nos afastar de tudo quanto Deus odeia e que ofende a sua santidade.
A palavra “mundo”
aqui empregada por João tem, na língua grega, a idéia de sistema e pode
significar a humanidade organizada em rebelião contra Deus.
Este sistema pode
estar presente, na música, na pintura, no teatro, na dança, na escultura, na
literatura, nas ciências, na política, no comércio, nas leis, na educação,
enfim em todas as áreas de interesse em que o homem se faz presente, como bem
lembrou Watchman Nee, em seu livro Não Ameis o Mundo.
Quando se busca os
valores do mundo, há naturalmente o anseio por incluir os desejos impuros da
carne (concupiscência da carne) que é a busca desenfreada da gratificação
sensual.
I
Coríntios 6.18 – “Fugi da imoralidade.
Qualquer outro pecado que o homem comete é fora do corpo; mas quem pratica a
imoralidade peca contra o seu próprio corpo.”
E também a concupiscência
dos olhos, que é a cobiça, o desejo desenfreado pelas coisas que são atraentes
aos olhos, que em seu âmago é um desejo não proveniente de Deus e, por
conseqüência, não tem a aprovação dele.
Em termos práticos,
pode ser contemplar pornografia, valorizar literaturas picantes ou se divertir
com cenas teatrais onde reina a imoralidade.
Cobiçar bens
materiais para um simples desfrutar egoísta, tanto quanto a mera fama ou o
sucesso que o mundo oferece.
No que diz respeito à
“soberba da vida”, a idéia é cultivar o orgulho, a arrogância ou a altivez.
Denota aquele fanfarrão que exagera no que possui a fim de impressionar as
pessoas.
Tudo isso é pecado, e
de uma forma ou de outra, mina a vida e a saúde espiritual da família e da
igreja, quando se tolera tais comportamentos ou atitudes, ou se fazem vistas
grossas a tudo isso.
Meus
irmãos o mundo hoje tem muito a oferecer a família, mas se não estivermos
preparados, veremos com certeza as nossas família e as nossas igrejas se
desintegrarem.
Existem
muitas coisas para se envolver, mas o que há de melhor, sobretudo para a saúde
da família e da igreja, está contido nas Escrituras.
No
meio de uma geração corrompida e perversa, precisamos no preocupar em nos
proteger do mundanismo que nos cerca e oferecer a Palavra de Deus dentro dos
nossos lares.
O
mundanismo na Bíblia
No Antigo Testamento
há vários relatos que servem de alerta para o povo de Deus hoje.
Quando Deus orientou
o povo de Israel a tomar posse da terra prometida, deixou claro que não
deveria, de forma alguma, contaminar-se com as práticas repugnantes dos povos
que habitavam aquela região (Dt. 18.9).
Os profetas
denunciaram várias vezes que o povo de Israel estava desobedecendo a Deus ao
praticar atos contrários a vontade dele.
Basta lembrar-se do
caso de Oséias. O resgate que ele fez de sua mulher, que o deixara, adultera,
amada por outrem, é um exemplo vivo, porém triste, de como Israel havia sido
infiel para com seu Esposo, Deus, e como este estava disposto a demonstrar
novamente seu amor por essa nação, resgatá-la de sua decadência moral e
espiritual, e tomá-la de volta em seus braços (Os. 3.1-3).
O Livro de Esdras,
por exemplo, relata um comportamento estranho do povo que bem retratava um
claro exemplo de mundanismo. Estes reconheceram que foram infiéis para com
Deus, fazendo aliança com mulheres estrangeiras de outros povos (Ed. 10.2).
No Novo testamento,
um caso contundente de mundanismo pode ser observado na igreja de Corinto.
Essa igreja,
infelizmente, tornou-se um exemplo negativo de como o mundanismo pode penetrar
as igrejas e nas familias.
É possível notar como
essa igreja foi tolerante com o mundanismo em seu seio.
Paulo relata um caso de
incesto, envolvendo um membro dessa comunidade (I Co. cap. 5).
Anteriormente, Paulo
já havia repreendido os membros da igreja de Corinto chamando-os de “carnais e mundanos”
(I Co. 3.3).
Às vezes pensamos que
o problema estava somente na igreja de Corinto como instituição, mas devemos
sempre nos lembrar que o mundanismo de Corinto estava incrustado, acima de
tudo, nas pessoas e nas famílias que faziam parte da igreja.
Havia naquela igreja
famílias como às de Cloé, Crispo, Gaio, Estéfanas (I Co. 1.11,14-16).
Além dos pecados de
divisão, partidarismo, incesto, Paulo também afirma que havia na igreja de
Corinto casos de prostituição (I Co. 6.13-17) e ordenou que a imoralidade
sexual (I Co. 6.18), anseio por divórcios (I Co. 7.13) e tantas outras praticas
pecaminosas, fossem abandonadas.
As
Conseqüências do Mundanismo
Quando o mundanismo se
infiltra nas famílias e, por conseguinte, nas igrejas, muitos prejuízos são
contabilizados.
O
mundanismo fere a santidade de Deus
Deus se entristece
quando um crente, uma família ou uma igreja abrigam em seu interior palavras,
pensamentos e atitudes completamente mundanas.
Por isso Paulo exorta
novamente os crentes de Corinto a aperfeiçoarem a santidade no temor de Deus.
II
Coríntios 7.1 – “Amados, visto que
temos essas promessas, purifiquemo-nos de tudo que possa contaminar o corpo e a
alma, aperfeiçoando a santidade no temor de Deus.”
Mais adiante, o autor
de Hebreus afirma que sem santificação ninguém verá o Senhor (Hb. 12.14).
Leva a
derrota
Prestem bastante
atenção ao que vou lhes dizer: Quando uma família cristã abriga o pecado, o mundanismo,
em seu seio, a obra do Senhor e o avanço da igreja são prejudicados.
Basta lembrar o caso
de Acã, em Josué, capitulo 7. O povo de Israel só
voltou a experimentar a vitória quando o pecado foi revelado, a tenda
purificada e todos se santificaram.
Mundanismo na vida
cristã ou na família é um entrave para o avanço, a expansão, da igreja de
Cristo.
Outro exemplo claro
está na vida de Davi. Seu ato mundano, de possuir uma mulher que não era dele,
praticando assim adultério, foi o primeiro passo para experimentar derrotas
deprimentes em sua família e em seu reinado (II Sm. 12.9-12).
Deus o perdoou
daquele ato imundo, mas as conseqüências não tardaram a vir e foram severas
demais para ele.
Enfraquece
o testemunho cristão
Ainda lembrando aqui
do caso de Corinto, existe uma frase que por muitas vezes passa despercebida.
I
Coríntios 5.1 – “Por toda parte se
ouve que há imoralidade entre vocês, imoralidade do tipo que nem mesmo entre os
pagãos ocorre.”
E que palavras duras
essas que o Apóstolo escreveu a respeito daqueles crentes!
A expressão grega porneia, aqui traduzida por
“imoralidade”, significa todo tipo de impureza moral e indecência. O incesto
era expressamente contra a Lei judaica e abominável entre os romanos.
Um antigo orador,
chamado Cícero declarou que tal ato era desconhecido na sociedade romana de sua
época.
A forma como Paulo
descreve, faz supor uma atitude repugnante mesmo para os padrões mundanos
daqueles que não criam em Deus (pagãos).
E é desta forma que o
mundanismo enfraquece o testemunho da igreja.
Como
Combater o Mundanismo
O papel da igreja - Pregar
mais sobre a santidade de Deus
Pastores e Líderes
juntamente com suas igrejas precisam ser identificados como defensores de um
viver separado e agradável aos olhos de Deus.
Muitos tem se
preocupado em pregar mensagens que atraem multidões para uma vida onde não é
preciso conversão, basta ter fé e tudo que você mais sonha para esta vida se
realizará. Este falso evangelho tem conduzido muitos para longe de um viver
cristão autentico.
Nossas abordagens
precisam ser mais constantes e com mais veemência sobre a necessidade de uma
vida de santificação na presença daquele que é o Santo.
Santidade no falar: “Não
saia da vossa boca nenhuma palavra que cause destruição, mas somente que é útil
para edificação, de acordo com a necessidade, a fim que comunique a graça aos
que a ouvem.” (Efésios 4.29). A palavra “torpe”, no grego, tem a idéia de
“podre”.
Santidade no pensar: “Pensai
nas coisas que são do alto, e não nas que são terrenas.” (Colossenses 3.2). O
cristão autêntico não prende seus pensamentos naquilo que é deste mundo, pois
eles vão muito além daquilo que é meramente passageiro.
Santidade no olhar: Uma das
muitas características do ser cristão, é o olhar puro que não se volta para
aquilo que é pecaminoso, pois este sabe muito bem dos perigos em que pode-se
estar exposto.
Denunciar
e condenar o pecado e a necessidade de arrependimento
Pastores e Líderes
juntamente com suas igrejas devem denunciar e condenar o pecado.
Mesmo que isso não
seja agradável aos ouvidos do povo, não se deve abdicar dessa tarefa dada por
Deus.
Assim como Paulo
encarrega a Timóteo de pregar a palavra, preparando-se a tempo e fora de tempo,
aconselhando, repreendendo e encorajando com toda paciência e sã doutrina (II
Tm. 4.2).
Com a mensagem de
condenação do pecado, a igreja deve seguir o exemplo de João Batista: pregar o
arrependimento.
Mateus 3.1-2 - “Naqueles
dias apareceu João Batista, pregando no deserto da Judéia e dizendo:
Arrependei-vos, porque o reino do céu chegou.”
Exercer
a disciplina
Acã e sua família
foram disciplinados (Js. 7.19-26). Davi foi disciplinado por Deus por meio de
Natã (II Sm. 12.7-11). Paulo recomendou que aquele membro da igreja de Corinto
praticante de incesto fosse disciplinado (I Co. 5.2-5).
Paulo afirma em
Gálatas 5.9, que um pouco fermento é suficiente para que toda uma massa fique
fermentada.
Cultivar
a Palavra
O
firme propósito de Deus para a família e a igreja é que a sua Palavra esteja
presente no coração dos seus.
Mas infelizmente estamos
presenciando uma geração que tem se afastado da Bíblia.
Por muitas vezes, conversa-se
sobre a Bíblia, se defende a Bíblia, louva-se e exalta-se a Bíblia. No entanto
conhece-se muito pouco sobre seu conteúdo.
É importante entender que o contato
direto de cada família com as Escrituras é o principal meio de fortalecimento
espiritual.
E
a única maneira duradoura e efetiva de fazermos isso é dar à Palavra de Deus
seu lugar de direito no coração da igreja.
Porque quando assim for, veremos o
mundanismo ser expurgado para fora do nosso meio.
QUESTÕES
PARA REFLETIR
- Você acredita que a igreja; bem como suas famílias influenciam o mundo com os princípios da Palavra, ou estão sendo influenciados pelos princípios de uma sociedade sem Deus?
- Diante de tudo que abordamos nesta noite, o que mais tem contribuído para que o mundanismo penetre nos lares e nas igrejas?
- Você já parou para pensar em qual é o seu papel como parte deste corpo nesta luta contra o mundanismo?
Conclusão
A luta contra o
mundanismo é mais antiga do que possamos imaginar, e ela continuará até a volta
do Senhor Jesus Cristo.
Se a igreja,
juntamente com suas famílias, se unirem nessa batalha, o Reino de Deus será
engrandecido, Deus se alegrará e o avanço do Evangelho se dará de uma forma
muito natural, abreviando assim a volta do Senhor.
Para que enfim, no
céu, estejamos livres de qualquer traço de impureza ou mundanismo.
Que Deus nos abençoe
e conserve em nós esta alegre e firme expectativa, vivendo acima de tudo
conforme o seu agrado.
Quero fechar esta
mensagem com uma importante Palavra do Senhor para nós.
Tito
2.11-13 – “Porquanto, a graça
de Deus se manifestou salvadora a todas as pessoas. Ensinando-nos a renunciar
as paixões mundanas e a viver de uma maneira sensata, justa e piedosa nesta
presente era, enquanto aguardamos a bendita esperança: o glorioso retorno de
nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo.”
Somente
pela Graça!
Ministrado
por:
Profº Alysson Diniz
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