Deixa eu te dizer...

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Orando como Jesus - Marcos 1.35-37


Era bem cedo. O hóspede da casa de Simão Pedro levantou-se quietamente e deslocou-se às ruas frias e ainda escuras da cidade de Cafarnaum. Fazendo seu caminho junto às alamedas desertas, deixou a cidade e encontrou um lugar onde poderia estar sozinho. Contudo, Ele não estava realmente sozinho; passava aquelas primeiras horas da manhã com seu Pai celestial.
Aquelas preciosas horas de conversa com seu Pai foram abruptamente interrompidas por um Pedro inquieto. Podemos quase ouvir a pergunta exasperada: “Onde esteve? Estávamos procurando por você em toda parte!”
Quem era aquele homem que dedicava suas primeiras horas da manhã à oração?
Obviamente estamos nos referindo a Jesus.
Você já notou que Jesus orava muito? Já se perguntou por quê?
Certa vez John R. W. Stott disse o seguinte: Todo cristão sabe pelo menos duas coisas sobre a oração.
-Que ela é absolutamente necessária, pois o próprio Jesus ensinou sobre o dever de “orar sempre e nunca esmorecer” – Lc. 18:1.
-E que é muito difícil vigiar e orar, afinal de contas “o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” – Mt. 26:41.
Em nossa vida essas duas realidades estão continuamente em conflito. Às vezes o reconhecimento de que a oração é indispensável nos ajuda a vencer as dificuldades. Em outros momentos as dificuldades nos levam a esquecer como é importante a oração. Estas palavras de Stott retratam a nossa situação. Por isso precisamos de ajuda em nossa vida de oração.
Nós, cristãos, na realidade somos muito diferentes uns dos outros. Assim também cada um de nós carrega experiências na vida cristã e de oração diferentes umas das outras. Mas creio que todos aqui presentes já experimentaram algo semelhante: como, a dificuldade de permanecer numa constante vida de oração.
Muitas vezes estamos tão cheios de tarefas, de ocupações do dia a dia, que o menor tempo de paz e tranquilidade nós queremos dedicar a nós mesmos em forma de repouso ou descanso. Desta forma acabamos protelando aquilo que tanto confessamos ser importante mas nunca praticamos na realidade.
Hoje a palavra de Deus quer nos oferecer auxílios para um encontro com Deus na oração e na vida diária. Como cristãos nosso guia para a vida cotidiana consiste na seguinte verdade: “Nisto sabemos que estamos nele: aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou” (1 João 2.5b-6).
Como essa verdade nos impacta, na esfera do sermos “homens e mulheres de oração”, ou ainda mais, na esfera de sermos uma "igreja de oração", enquanto vivemos nossa vida cotidiana em nossa família, escola, trabalho, igreja e comunidade?

Vamos juntos analisar o perfeito exemplo de Jesus para que de alguma maneira possamos absorver tudo que se faz necessário para um autentico cristianismo hoje.

Como era a vida de oração de Jesus?
Jesus orava sempre
Os evangelhos registram muitos relatos de Jesus orando. Sem dúvida, Jesus orou muitas outras vezes que não foram testemunhadas pelos escritores dos evangelhos.
A oração era a atmosfera habitual da vida diária de Jesus.
Considere algumas das ocasiões nas quais Jesus orou.
Ele orou em seu batismo, no início de seu ministério público (Lucas 3.21).
Ele orou antes de um dia de ministério atarefado e frutífero (Marcos 1.35-39).

Jesus também orou no fim de um dia cheio de ministrações e milagres (Lucas 5.15-16).
Jesus orou antes de tomar uma decisão maior, tal como a escolha dos doze apóstolos (Lucas 6.12).
Ele orou em suas poucas e últimas horas com seus discípulos (João 17).
Orou na noite anterior à sua ida para a cruz – durante o tempo de sua mais severa provação, no Jardim do Getsêmani (Lucas 22.39-46).
Também vemos Jesus orando durante a sofrida angústia na cruz.
E por fim, Jesus morreu orando (Lucas 23.34,46).
Diferentemente de muitos de seus seguidores, Jesus orou não somente quando as pessoas estavam observando e ouvindo, mas também quando ninguém O havia notado.
Lucas nos informa: “Ele, porém, se retirava para lugares solitários e ali orava” (Lucas 5.16).
Ele sempre orava quando a única audiência que tinha era seu Pai celestial.

Jesus orou apaixonadamente
A oração não era um mero ritual sem sentido ou vazio para Jesus.
Veja a descrição que Lucas faz a respeito de Jesus orando: “[...E, estando em agonia, orava ainda mais intensamente.  E aconteceu que o seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra.]” (Lucas 22.44).
O autor aos Hebreus relata: “Ele, Jesus... tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas...” (Hebreus 5.7).

Jesus orou insistentemente
Ele parecia compelido a orar. Às vezes, se levantava às três ou quatro horas da manhã para orar (veja Marcos 1.35, por exemplo).
Ainda que Jesus levasse uma vida muito ocupada, com muitas pessoas demandando seu tempo, Jesus sempre tinha tempo para orar.

Jesus orava demoradamente
Algumas vezes, Jesus oferecia orações curtas a seu Pai celestial, mas em outras ocasiões, orava por longos períodos de tempo – às vezes, por horas.
De fato, Lucas relata uma ocasião em que Jesus “retirou-se para o monte, a fim de orar, e passou a noite orando a Deus” (Lucas 6.12).

Gostaria de perguntar a você que está lendo esse texto: Por que Jesus orava?

Há muitos anos atrás, um autor do século dezenove, chamado William Blaikie, fez uma observação que sem dúvida expressa os sentimentos de muitos leitores dos relatos dos evangelhos.
Ele escreveu: “Embora a devoção de Jesus à oração seja bela em si mesma, quando pensamos em quem Ele era, isso de alguma forma ainda nos surpreende”.
Semelhantemente, o teólogo batista do século dezenove, John Broadus, disse: “Se algum ser humano fosse capaz de ficar sozinho no universo, sem se firmar em Deus, isto realmente teria sido verdade para Ele [Jesus]”.
Em outras palavras, se já existiu alguém que andou por este planeta, e que não precisava orar, este foi Jesus.
Não obstante, se existiu alguém cuja vida foi marcada pela devoção, este, também, foi Jesus.
E é partindo desse principio, que somos confrontados por esta pergunta: “Por que Jesus orava?”.

Jesus queria orar
Expressando de modo simples, Jesus orava porque queria. Jesus disse: “O Pai ama ao Filho” (João 5.20).
Jesus estava totalmente convicto a respeito do amor de seu Pai e, por sua vez, também amava seu Pai.
Às vezes, Jesus orava para ter “comunhão” com seu Pai Celestial, que o amava “antes da fundação do mundo” (João 17.24).
James Stewart, um pregador escocês, comentou: “Jesus sempre se voltava para Deus, não por causa de alguma dádiva que precisava, mas simplesmente por amor à própria comunhão com Deus”.
Pense se seu filho quisesse conversar com você somente nos momentos em que ele precisasse de alguma coisa.
Estabelecendo uma relação estritamente interesseira.
Que tipo de filho faria tal coisa?
Um filho amoroso, dirige-se a seu pai pelo puro prazer do relacionamento pessoal entre os dois.
As orações de Jesus eram sempre dirigidas com ternura (e respeito), com “Pai” ou “Pai Santo”.
“Jesus amava a Deus, seu Pai, de modo tão completo e intenso que não podia suportar estar longe dEle, mas usava cada oportunidade que os dias e noites Lhe traziam para falar novamente de seu amor a Deus.”

Jesus sentia a necessidade de orar
Ouça o que diz em Hebreus 5.7: “Ele, Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte e tendo sido ouvido por causa da sua piedade”.
A frase “nos dias da sua carne”, significa literalmente “nos dias de sua vida terrena”. Em outras palavras, Jesus orava porque era homem – um verdadeiro ser humano.
Como disse J. Oswald Sanders: “Embora sendo realmente divino, sua deidade de modo algum afetou a realidade de sua natureza humana.
Suas orações eram tão reais e intensas como alguém jamais poderia oferecer”.
Em outras palavras, Jesus orava porque, como ser humano, estava totalmente ciente de sua dependência de seu Pai celestial.
Por exemplo, Ele sentiu necessidade de sabedoria ao tomar decisões, então foi ao seu Pai celestial para pedi-la.
Precisou ser fortalecido por seu Pai, e pediu isto nos momentos em que teve de fazer milagres e quando tinha de resistir aos ataques de Satanás.
Uma explicação primária para o surpreendente poder e sabedoria vistos no ministério terreno de Jesus é que Ele percebia sua total dependência do Pai celestial, e ia àquela única verdadeira Fonte para ser suprido.
Jesus orava não apenas porque queria, mas também porque necessitava.
A vida de oração para Jesus era tão necessária quanto o alimento para o corpo.

E quanto a nossa vida de oração?
Quais devem ser nossos hábitos de oração?
Reconsideremos alguns mandamentos da Escritura:
“Sede... na oração, perseverantes” (Romanos 12.12).
“Orando em todo tempo no Espírito” (Efésios 6.18).
“Perseverai na oração” (Colossenses 4.2).
“Orai sem cessar. Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” (1 Tessalonicenses 5.17-18).
Isto é o que a Palavra de Deus ordena que façamos, mas quais realmente são nossos hábitos cotidianos de oração?
Oramos somente quando outras pessoas nos estão observando e ouvindo?
Oramos somente quando somos colocados contra a parede, não havendo a menor possibilidade de escapar?
Se é assim, precisamos ser corrigidos pelas palavras de Jesus, quando disse:
“Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto” (Mateus 6.6).
Charles H. Spurgeon, o bem conhecido pastor do século dezenove, no Tabernáculo Metropolitano de Londres, disse certa vez num sermão: “Se você não ora sozinho, você não ora de modo nenhum”.
Essa afirmação, é um indicativo de que nossa relação com Deus através da oração precisa ser sincera e autentica, não maquiada de um superficialismo vazio.
Jesus sempre falava com o Pai, abrindo de forma clara e transparente tudo aquilo que se passava consigo mesmo.
Precisamos olhar para Jesus e perceber que a oração não é algo para ser praticado simplesmente a vista dos outros.
Tal como Andrew Murray escreveu num devocional: “Em sua vida de doce oração, meu Salvador é meu Exemplo”.

Ouça bem o que tenho a dizer: Por que nossa vida de oração não é como a vida de oração de Jesus, nosso Salvador e Exemplo?
Sendo quem Ele era, viveu tão intensamente a oração, o que dirá de nós mesmos, meros pecadores?
Um dos pretextos mais comuns é: “Sou muito atarefado para orar”.
Contudo, Nosso Senhor Jesus não tinha uma vida atarefada?
Os dias de Jesus eram enfaticamente mais atarefados e cheios do que os nossos dias.
De qualquer modo, a desculpa: “Estou realmente muito ocupado para orar” não parece sustentável quando nos comparamos com nosso Redentor e Modelo, Jesus Cristo.
“Fazemos das ocupações uma razão para não orarmos. Enquanto, Jesus fez delas uma razão para orar”.
Para verdadeiramente avaliarmos nossa própria falta de oração, seria sábio (mesmo que doloroso) revermos as razões de Jesus para ter uma vida de oração.
Se a maior razão para que Jesus orasse é simplesmente que Ele queria orar, então, é possível que nossa falta de oração revele uma falta de desejo de orar!
 Honestamente, algo está gritando dentro de nós: “Eu não tenho vontade de orar. Eu realmente não quero orar agora"
A falta de devoção é um sintoma claro de algo ainda mais profundo; uma queda da nossa afeição pelo Senhor.
Muito de nossa oração deve ser motivada pelo desejo de comunhão com Deus, vindo da plenitude de nosso coração, e não meramente vindo de nosso senso de necessidade.
Se estamos orando pouco, é bem provável que nosso amor a Deus tenha se esfriado ou que nossa confiança em seu amor tenha sido esquecida.
A falta de comunicação com Deus é um sinal de que o relacionamento se tornou distante, muito semelhante ao triste relacionamento de um casal que raramente tem conversas significativas.
Falta de devoção é sempre um sintoma de um problema mais grave, um distanciamento do Deus que nos comprou com o sangue de seu precioso Filho.
Escute bem: Não sentir vontade de orar deve ser a exata razão do por que temos de orar!
Devemos nos aproximar de nosso Pai celestial, e que ao nos achegarmos mais próximo d'Ele, nosso relacionamento seja reavivado.
Hebreus 4.16 “Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna”
Se Jesus passava tanto tempo em oração porque necessitava, o que isso nos diz a respeito de nossa própria falta de devoção?
Pensamos que não precisamos orar? Que podemos “fazer tudo por nós mesmos”? Que podemos realmente fazer as coisas bem, sem o auxílio de Deus?
Isto é bastante constrangedor para admitirmos, mas é a verdade, não é?
Uma razão maior para nossa falta de oração poderia ser uma desagradável atitude de auto-suficiência.
“Nunca estamos tão distantes de Deus como quando estamos intoxicados pelo orgulho”.
Se Jesus precisou orar “nos dias da sua carne”, quanto mais nós precisamos trilhar diariamente nosso caminho até a presença do nosso Soberano Pai celestial!
Entenda de uma vez por todas.
Falta de devoção não é um problema irrelevante.
Raramente é uma questão de mera ocupação ou cansaço, ou falta de disciplina.
Frequentemente, a falta de devoção é uma questão de indiferença ou uma atitude de auto-suficiência.
Tem sempre a ver com não querermos orar ou pensarmos que não precisamos orar.
A falta de oração revela um problema com o cerne de nossas convicções e valores.
Orgulho e auto-suficiência são a própria essência do pecado em si – inclusive do pecado da falta de devoção.

O que devemos fazer a respeito de nossa falta de devoção?

Confessar
Primeiro, devemos confessar nossa falta de devoção como sendo aquilo que realmente é – um pecado grave que afeta diretamente a nossa relação com o Senhor.
Ou há alguém aqui que pense diferente disso?
Negligenciar a pratica da oração é uma desobediência aos claros mandamentos descritos na Palavra de Deus, e é totalmente diferente do exemplo de nosso Salvador.
Somente quando entramos na presença do Rei da Glória e do Universo é que nosso orgulho é “abatido e desarraigado”.
Oh, que conforto saber que “se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 João 1.9).

Arrepender-se
Em seguida, precisamos nos arrepender. Precisamos ter uma mudança de pensamento que leve a uma genuína mudança na vida diária.
Quando nos pegarmos afirmando: “Podemos continuar sem Deus nisso”, precisamos de uma mudança em nosso pensamento, até que digamos: “Oh, Senhor, como precisamos de Ti! Nada podemos fazer sem Ti!”.
Ao pensarmos que podemos resolver as coisas por nós mesmos, devemos ouvir a pergunta de Deus a Jó: “Onde estavas tu, quando eu lançava os fundamentos da terra?” (Jó 38.4).
Ao pensarmos em nós mesmos como auto-suficientes, devemos nos recordar da pergunta do apóstolo Paulo: “E que tens tu que não tenhas recebido?” (1 Coríntios 4.7).
Quando por insensatez pensarmos que podemos ir ao mundo para termos nossas necessidades supridas, devemos mudar tal pensamento, lembrando-nos: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto” (Tiago 1.17).

Orar
E, finalmente, é claro, precisamos orar. Devemos “fazer” tempo para orar. Como nosso Senhor, nossa vida deve ser marcada pela oração particular, fervorosa, insistente e até (por vezes) demorada.
Concluímos nesta noite que quando aceitamos a Cristo como Senhor e Salvador de  nossas vidas.
E então, vivenciamos a  comunhão com Deus e com nossos irmãos.
A prática da oração se torna uma parte inegociável em nossa vida.
Sempre reconhecendo a nossa completa dependência do Senhor e que um minimo afastamento da sua presença poderá acarretar situações catastróficas em nosso meio.
Esta compreensão fará toda a diferença em nós.
"Aquele que tem ouvidos para ouvir, Ouça o que o Espirito diz a Igreja."

Hino CC 155 - O Grande Amigo

Em Jesus amigo temos,
Mais chegado que um Irmão;
Ele manda que levemos
tudo a Deus em Oração!
OH! que paz perdemos sempre,
OH! que dor no coração,
Só porque nós não levamos
Tudo a Deus em Oração!
Temos lidas e pesares
E na vida tentação;
Não ficamos sem conforto,
Indo a Cristo em oração
haverá um outro amigo
De tão grande compaixão?
Os contritos Jesus Cristo
Sempre atende em oração

E se nós desfalecemos,
Cristo estende-nos a mão,
Pois é sempre a nossa força
E refúgio em oração.
Se este mundo nos despreza,
Cristo é nosso em oração;
em seus braços nos acolhe
E nos dá consolação!

Nossa confiança está depositada NELE para que as nossas orações sejam ouvidas e respondidas.
Renda-se como nosso Mestre se rendeu a uma vida de oração, totalmente entregue aos cuidados do nosso Pai Celestial, que nos ama e tem planos maravilhosos para cada um de nós.

Alysson Diniz R

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Como Viver de Modo Digno no Senhor - 1 Tessalonicenses 4.1-12


Introdução

Toda a vida cristã pode ser comparada a uma caminhada.
E de fato essa é uma das figuras favoritas do apóstolo Paulo:
  •      Andai do modo digno da vossa vocação” (Ef 4:1).
  •      Andai não como os gentios andam” (Ef 4:17).
  •      Andai em amor” (Ef 5:2).
  •      Andai como filhos da luz” (Ef 5:8).
  •      Porque nós andamos por fé e não pelo que vemos” (2 Co 5:7).

Andar sugere progresso e nós devemos fazer este progresso na vida cristã (Fp 3:13-16).
Pois o objetivo é chegar ao fim da caminhada e nos encontrarmos com Deus.
Assim como "Enoque andou com Deus; e já não foi encontrado, pois Deus o havia arrebatado."(Gênesis 5:24).

Paulo descreveu três maneiras de o cristão seguir o seu caminho junto ao Senhor:
I. Andar em Santidade - vs. 1-8
II. Andar em Harmonia - vs. 9-10
III. Andar em Honestidade - vs. 11-12

I. Andar em Santidade – Vs. 1-8

O clima moral do Império Greco-Romano era absolutamente degradante.
A imoralidade era algo comum em todas as camadas da sociedade.
É significativo o fato de que é com este pecado que Paulo começa. A vida sexual do mundo nos tempos do NT era um caos sem lei.
Dos 15 imperadores, 14 eram homossexuais.
A luxúria estava presente nos palácios e nas choupanas.
Na Grécia, nunca tinha havido qualquer vergonha nas relações antes do casamento ou fora dele.
Demóstenes escreve como se fosse uma coisa comum, como de fato o era: “Mantemos amantes para nosso prazer, concubinas para as necessidades diárias do corpo, mas temos esposas a fim de produzir filhos de modo legítimo e de ter uma guardiã fidedigna dos nossos lares”
Sêneca dizia que as mulheres casavam-se para divorciar e se divorciavam para casar.
A sociedade grega estava acostumada com a sexualidade misturada com práticas religiosas.
Tessalônica era uma cidade grega encharcada de sensualidade.
Se localizava ao sudeste da Macedônia e ao nordeste da Acaia.
 Ficava entre as cidades de Filipos e Beréia e ao norte de Corinto.
Ali a velha moralidade travestiu-se de uma nova moralidade.
Quando olhamos para a Tessalônica daqueles dias percebemos o quanto vivemos numa sociedade decadente moralmente, onde não há valores abslutos.
A promulgação do casamento gay. A idéia de que o casamento é uma união informal que não precisa de papel ou a completa desvalorização do que o casamento representa.
A livre pornografia ao alcance de quelquer pessoa.
A Palavra de Deus nos adverte a não nos apegarmos a este sistema mundial que tenta impor suas concepções de prazeres e realizações.
É preciso ficar bem claro que o casamento é heterosexual, monogâmico, monossomático e indissolúvel.
Durante algum tempo, Deus tem me falado muito a respeito do tipo de cristianismo que temos presenciado em nossos dias.
E como deve ser a nossa resposta mediante aos ensinamentos da Palavra.
Paulo afirma no verso 1, que as instruções passadas a eles não são novas e que são dadas através de Jesus
Qualquer tentativa de andar na contramão destas palavras denota um ato de insanidade e negligencia.
Uma atitude contrária a vontade de Deus para a nossa vida, e para os membros de nossa família ou igreja.
Pois quando se busca os valores do mundo, há naturalmente o anseio por incluir os desejos impuros da carne.
Paulo deu quatro razões porque devemos viver uma vida santa e abster-nos da impureza:

1. Para agradar a Deus – v. 1
Todo mundo vive para agradar alguém:
Muitas pessoas vivem para agradar a si mesmas – E quanto a isso, o cristão não pode viver apenas para agradar a si mesmo (Rm 15:1).
Muito também vivem apenas para agradar aos outros – E o apóstolo disse: “Se eu fosse agradar a homens eu não seria servo de Cristo” (Gl 1:10; 1 Ts 2:4).
E ainda há aqueles que buscam acima de tudo agradar a Deus, sendo esse o nosso principal objetivo de vida – Jesus viveu para agradar o Pai.
Agradar a Deus é muito mais do que simplesmente obedecê-lo.
É possível obedecer a Deus e não agradá-lo.
Assim como Jonas que obedeceu a Deus e fez o que ele mandou, mas o seu coração não estava naquele projeto.
Deus abençoou sua Palavra ali anunciada, mas não pôde abençoar o seu servo.
Que outra razão temos para viver uma vida santa e abster-nos da impureza:

2. Para obedecer a Deus – v. 2-3
Quando Paulo esteve com a igreja em Tessalônica, ele deu os mandamentos de Deus concernentes à pureza moral.
A palavra “instrução” é um termo militar. Ela se refere à ordens dadas de um superior para um soldado.
Nós somos soldados do exército de Deus. Nós devemos aprender a obedecer as ordens recebidas da sua parte.
Em 1 Ts 4:3 Paulo relembrou a esses novos crentes que imoralidade sexual não agrada a Deus.
Foi Deus quem criou o sexo e Ele tem autoridade para intruir sobre o seu uso.
Desde o começo Deus estabeleceu o casamento como uma união sagrada entre um homem e uma mulher.
Deus criou o sexo tanto para a procriação como para o deleite do casal.
Os mandamentos de Deus acerca do sexo não são com o propósito de roubar as pessoas da alegria, mas protegê-las, para que elas não percam a alegria.
O mandamento bíblico “Não adulterarás” levanta uma muralha ao redor do casamento, fazendo do casamento não uma prisão, mas sim um lindo jardim protegido.
A ordem bíblica é “abstenham-se da imoralidade sexual (porneia)”.
Nem a teologia liberal, nem a filosofia ou psicologia podem alterar ou sequer amenizar essa ordem.
Através de toda a Bíblia Deus traz advertências sobre os pecados sexuais e essas advertências devem ser observadas.
O abuso geral e desenfreado do sexo fora dos limites matrimoniais bem como o uso ilícito dos impulsos sexuais contitui-se um pecado grave contra Deus.
E verdade seja dita aqui: acabe com a moralidade de um povo e lentamente você o exterminará.
Ao que tudo indica, estamos caminhando para essa realidade.
O Império Romano só caiu nas mãos dos Bárbaros porque já estava minado pela imoralidade.
A pornografia é hoje um câncer na sociedade.
Estatística de 2001: 75% homens e 63% mulheres são infiéis.
A revolução da década de 60 com os Beatles e os Hippies levaram a juventude mundial a uma reviravolta dos valores: rock, drogas e sexo.
A virgindade passou a ser um tabu.
A homossexualidade uma opção legítima.
O adultério uma escapada estratégica.
Outra razão do porque devemos viver uma vida santa e abster-nos da impureza:

3. Para glorificar a Deus – v. 4-5
Este é o lado positivo do mandamento.
Os cristãos devem ser diferentes dos não convertidos.
Os pagãos (não salvos) não conhecem a Deus.
Portanto, eles vivem impiamente. Mas nós conhecemos a Deus, e nós somos desafiados a glorificar a Deus nesse mundo.
A afirmação “Cada um saiba controlar o próprio corpo” vs. 4 – Tem dois significados básicos:

A) Controlar o seu corpo – Isso porque os nossos corpos são vasos nas mãos de Deus (2 Co 4:7; 2 Tm 2:20-21).
 O nosso corpo é o santuário, o santo dos santos, a catedral existencial onde habita o Espírito Santo.
O crente precisa se vestir para a glória de Deus. E viver em santidade para a gloria de Deus.

B) Como obter a esposa – O namoro e o noivado devem ser puros.
A esposa é chamada de vaso mais frágil (1 Pe 3:7).
Quando um homem age com impureza com uma jovem ou mulher casada, ele defrauda seu pai ou seu marido.
Mesmo que a vítima não venha descobrir, Deus é o vingador.
Ao que o contexto indica, o primeiro significado está mais associado ao assunto do texto, visto que Paulo está falando a todos os crentes e não apenas aos casados.
O crente que comete pecado sexual está cometendo pecado contra o seu próprio corpo (1 Co 6:19-20).
“Não com a paixão de desejo desenfreado, como os pagãos que desconhecem a Deus” vs. 5
Os pagãos usam seus corpos com lascívia porque não conhecem a Deus.
Eles agem com impureza porque estão distantes e não se relacionam com o Senhor.
A imoralidade é o modus operandi dos pagãos que vivem nutrindo a sua própria carne.
Ou será que também é de alguns que se dizem cristãos?
Tito 1:16: “No tocante a Deus professam conhecê-lo, mas o negam por suas obras”.

“Neste assunto, ninguém prejudique a seu irmão nem dele se aproveite”vs. 6a
Defraudar é despertar um sentimento ou desejo no outro que não pode ser licitamente satisfeito.
O perigo de ficar no limite. Muitas pessoas se vestem para se tornar atraentes: roupas provocantes, gestos, palavras aliciadoras.
Por fim, uma ultima razão do porque devemos viver uma vida santa e abster-nos da impureza é:

4. Para escapar do julgamento de Deus – v. 6b-8
Certa vez um membro de igreja criticou o pastor porque ele estava pregando sobre o pecado na vida dos crentes.
O membro dizia que o pecado na vida do crente é diferente do que na vida do ímpio.
O pastor, então, respondeu: “Sim é diferente, o pecado na vida do crente é pior”.
Enquanto é verdade que o cristão não está sob condenação (Jo 5:24; Rm 8:1), é também verdade que há uma farta colheita de sofrimento quando se semeia na carne (Gl 6:6-7).
Quando o rei Davi cometeu adultério, ele tentou esconder o seu pecado.

Salmos 32.3: "Enquanto escondi os meus pecados, o meu corpo definhava de tanto gemer."
Quando Davi confessou o seu pecado, Deus o perdoou, mas Deus não pôde mudar as consequências.
Davi colheu o que ele semeou, e isso foi uma dolorosa experiência para ele.
Ser escolhido por Deus não é uma desculpa para pecar, mas um encorajamento para a santidade.
1 Tessalonicenses 4.7: "Porque Deus não nos chamou para a impureza, mas para a santidade."
1 Pe 1.15: “Assim como é santo aqueles que vos chamou, sede vós também santos”.
Um andar santo envolve um correto relacionamento com Deus Pai que nos chamou, com Deus Filho que morreu por nós e com o Deus Espírito Santo que habita em nós.
É a presença do Espírito Santo que faz os nossos corpos o templo de Deus (1 Co 6:10-20).
Além do mais é por andarmos no Espírito que triunfamos sobre os desejos da carne (Gl 5:16).

É preciso buscar a Santidade que Deus requer de nós:
1) Porque o Senhor contra todas essas coisa é o vingador: Muita gente tem brincado com Deus na área do sexo como Sansão e acabado cego e preso. A Bíblia diz que de Deus não se zomba.
2) Porque Deus não nos chamou para a impureza e sim para a santificação: Não podemos inverter o propósito de Deus em nossa vida.
Ele nos elegeu antes da fundação do mundo para sermos santos.
3) Quem despreza a santificação, despreza a Deus: Quem se entrega à impureza é contrário a Deus.
A situação não é: como eu vou ficar agora diante dos meus irmãos, da minha igreja, da minha família. Mas, como vou ficar diante de Deus.
4) Quem pratica a impureza menospreza o recurso que Deus oferece para uma vida santa:
O Espírito Santo nos foi dado como santificador.
A Biblia diz: “Andai no Espírito e jamais satisfareis as obras do carne”.
Andar em impureza é entristecer o Espírito Santo, é apagar o Espírito Santo, é ultrajar o Espírito Santo.
Deus não apenas nos chama para a santidade, mas nos dá poder para vivermos uma vida santa.
Outro caminho que Paulo descreve nesse texto para o Cristão seguir é:

II. Andar em Harmonia – Vs. 9-10

A transição da santidade para o amor é natural.
Assim como o amor de Deus é santo, o nosso amor por Deus e de uns pelos outros deve também ser motivado por um viver santo.
Quanto mais nós andamos com Deus, mais amamos uns aos outros.
Se um cristão realmente ama a seu irmão, ele não vai pecar contra ele (4:6).
Deus Pai nos ensinou a amar quando ele nos deu Cristo para morrer por nós.
O Filho nos ensinou a amar quando nos deu um novo mandamento (Jo 13:34,35) e o Espírito nos ensinou a amar quando ele derramou o amor de Deus em nossos corações.
Podemos dizer que o amor é o sistema circulatório do corpo de Cristo.
O amor fraternal é ordenança de Deus para a igreja (4:9)
.O amor fraternal é para ser exercido sem fronteiras, a todos, aos de perto e aos de longe (4:10).
O amor fraternal pode crescer sempre (4:10).
E um ultimo caminho descrito por Paulo nesse texto é:

III. Andar em Honestidade – Vs. 11-12

 E aqui nesse trecho  a ênfase não é mais o amor entre os irmãos, mas o testemunho para com os de fora.
O cristão não apenas tem o compromisso de amar os irmãos, mas também dar um bom testemunho aos de fora da igreja.
Os cristãos precisam ter uma vida financeira controlada para não dar mal testemunho aos de fora (4:11-12).
Infelizmente algumas pessoas daqueles dias não entenderam a doutrina da segunda vinda de Cristo e abandonaram seus empregos com o propósito de ficar esperando a volta de Cristo.
Isso significou que eles precisaram ser assistidos financeiramente por outros crentes.
Isso significou que eles não pagaram suas próprias contas e isso gerou um mal testemunho entre os incrédulos (4:11-12).
Muitos correm sério  perigo do consumismo ou do cartão de crédito.
Também do perigo de comprar coisas que não precisam, com o dinheiro que não tem, para impressionar as pessoas que não conhecem.
Há muitos crentes que defendem a ortodoxia, mas não pagam suas contas.
Crentes que não cuidam de seus próprios negócios e acabam se intrometendo na vida dos outros e causando problemas.
Quando estamos envolvidos no nosso próprio trabalho, não temos tempo para nos envolvermos nos negócios alheios.
Devemos agir com prudência com os que são de fora (Cl 4:5).

Concluímos meus irmãos, que a conduta cristã nessa terra, será apenas reflexo do quão próximos de Deus caminhamos nessa vida.
É preciso se atentar aos cuidados de Deus em nos apontar a direção para não nos perdermos pelo caminho.
Recebemos do Senhor tudo que é necessário para uma vida cristã que o glorifique.
Que Deus realmente mantenha os nosso olhos sempre abertos quantos aos perigos que existem e que são reais nessa jornada, nos atraindo para cada vez mais perto d'Ele.


Ministrado por:
Alysson Diniz Rodrigues

terça-feira, 13 de setembro de 2016

O Encontro da Salvação - Lucas 19.1-10


INTRODUÇÃO

Jesus está passando por Jericó – Jericó era uma belíssima e rica cidade próxima do rio Jordão e do mar Morto. 
Jericó era uma cidade adornada de muitas palmeiras e muitas fontes de águas quentes. 
Era a cidade de inverno dos reis e a residência predileta dos sacerdotes. Seu nome significa “lugar de fragrância”. 
Jesus estava passando por Jericó. A cidade do lazer, do luxo, do comércio e da riqueza está agora sendo visitada pelo próprio Filho de Deus. Jesus em Jericó era a visitação de Deus naquela cidade, era a oportunidade de Deus para o seu povo. E esta seria a  última vez que Ele passaria por. Ele estava indo para a cruz. Naquela semana seria morto. Aquela era a grande oportunidade de Jericó. Era o céu aberto sobre cidade. Era a salvação oferecida a Jericó. Era o dia mais importante na agenda dos habitantes. Uma multidão se exprimia para ver Jesus, mas só dois homens foram salvos: um rico e outro pobre. Um à beira do caminho e o outro pendurado no alto de uma árvore. Para se encontrar com Cristo, um precisou se levantar e o outro descer. Um era esquecido e o outro odiado. Um aristocrata e outro mendigo, mostrando que Deus não faz acepção de pessoas. Não importa a sua posição política, financeira, a cor da sua pele ou a sua religião, Jesus veio a este mundo para salvar eu e você. A oportunidade está diante de nós. O tempo é agora para o encontro da salvação.

I. OBSTÁCULOS PARA UM ENCONTRO COM JESUS

1. Zaqueu precisou vencer o obstáculo da sua profissão – v. 2
Zaqueu era um publicano. Um publicano era um cobrador de impostos naqueles dias.
Era um empregado da Receita Federal de Roma. 
Ele tinha autorização para cobrar os impostos do povo e repassar esse dinheiro para os cofres de Roma. 
Mas os publicanos não só cobravam impostos pesados do povo, mas também extorquia o povo. Um publicano tinha pouco patriotismo e nenhuma religião. Preocupava-se mais com o lucro do que com o próximo.
Os publicanos eram considerados ladrões e classificados entre as prostitutas. Eram vistos como inimigos do povo e por este motivo odiados por todos. Zaqueu era maioral dos publicanos. Embora seu nome significa “puro”, ele era considerado um homem repugnante pelo povo.
Zaqueu era a antítese do seu nome. Seu nome significa justo, mas ele se enriquecera por meios fraudulentos.  Ele era o chefe dos publicanos em Jericó. Ele era o cabeça daquele odiado esquema de corrupção. Era um homem inteligente e esperto que usava o trabalho de outros para se fortalecer. Mas a despeito da sua posição, ele procura ver a Jesus (v. 3).
 Espiritualmente ele era um homem infeliz, necessitado, insatisfeito, perdido e incompleto. Sua vida era marcada por um vazio que nem a fama, nem o dinheiro, nem o sucesso podia preencher. Ele tinha dinheiro, mas não tinha paz. Ele era rico, mas não feliz. Pv 15:16 “Melhor é o pouco havendo temor do Senhor, do que grande tesouro onde há inquietação”.

2. Zaqueu precisou vencer o obstáculo do seu status social  – v. 2
Zaqueu era rico. A conversão de Zaqueu ilustra a verdade de Lucas 18:24-27: “Quão dificilmente entrarão no Reino de Deus os que têm riquezas! Porque é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no Reino de Deus… Sendo assim, quem pode ser salvo?Mas ele respondeu: O que é impossível para os homens é possível para Deus”.
Zaqueu não deixou o dinheiro se colocar entre ele e Jesus. Ele sabia que o seu dinheiro não preenchia o vazio do seu coração. Ele sabia que sua alma estava sedenta de algo que o dinheiro não podia comprar. Quado olhamos para o jovem rico, vemos que ele trocou a salvação da sua alma pela sua riqueza. Seu deus era o dinheiro e o dinheiro o levou à perdição. O problema não é ser rico, mas ser amante do dinheiro. O problema não é possuir dinheiro, mas ser possuído pelo dinheiro.

3. Zaqueu precisou vencer o obstáculo de sua condição física – v. 3b
Zaqueu era um homem de pequena estatura. Para ver o rosto das pessoas, tinha que olhar para cima. No meio da multidão, ele não tinha nenhuma chance. Ele devia ter os seus complexos e traumas de adolescência. Certamente sofreu quando era jovem. As pessoas deviam rir dele. É bem provável que as pessoas faziam chacota da sua condição física. Mas, Zaqueu não deixou que um problema físico interferisse na vida espiritual. Ele queria ver a Jesus. Se Zaqueu tivesse a altura dos grandes jogadores de Basquete da NBA ou fosse um descendente de Golias, ou mesmo tivesse uma estatura normal estaria no meio da multidão. Ele transformou o seu problema não num fracasso, mas num instrumento para aproximá-lo de Jesus. O texto diz no verso 4 que ele correu na frente. Ele demonstrou pressa para encontrar-se com Cristo. Ele fez o cooper mais importante da sua vida.

4. Zaqueu precisou vencer o obstáculo da multidão – v. 3
A multidão sempre foi um obstáculo para as pessoas verem a Jesus. A mesma multidão quis calar o cego Bartimeu em Jericó. A multidão apertava Zaqueu e não o deixava ver a Jesus. É preciso tomar cuidado com a multidão, ela pode ser um estorvo na sua vida. Não deixe que a multidão sufoque o seu grito de socorro nem que ela impeça você de ter um encontro com Cristo. Quantas vezes a alma se sente constrangida de ir ao Salvador por causa de parentes, amigos, opinião pública, e o povo. Quantas vezes um crente se sente intimidado a adorar o Senhor de todo coração preocupado com o que podem dizer ou pensar de si.  Zaqueu não se intimidou por causa da multidão. Seu desejo de ver a Jesus foi maior do que o obstáculo da multidão.

5. Zaqueu precisou vencer o obstáculo do seu orgulho – v. 4
Zaqueu não se importou com sua condição de homem rico. Ele deixou de lado seu status, seus títulos, sua fama e subiu em uma árvore para ver a Jesus. Ele abriu mão da sua vaidade e do seu orgulho. Zaqueu embora sendo rico e maioral dos publicanos, não se importou com a opinião da multidão. Ele não deu atenção às críticas, zombarias, chacotas, ou escárnios. Ele queria ver a Jesus. Para subir àquela árvore ele precisou descer do pedestal do seu orgulho. Zaqueu subiu com o desejo de ver a Jesus e desceu a toda pressa por causa da Palavra de Jesus. Ele desceu do seu pedestal. Ele desceu da sua condição a abriu seu coração e sua casa para receber a Jesus. Zaqueu admitiu diante de todos as falhas do seu caráter. Ele tirou a máscara que existia. Ele admitiu a sua doença. Ele confessou o seu pecado. Ele pôs o dedo no nervo exposto da sua terrível condição espiritual.

6. Zaqueu venceu o obstáculo dos murmuradores – v. 7
Quem são os murmuradores? São os impiedosos! São os condenadores! São aqueles que abrem a boca para falar maldosamente! São aqueles que chegaram aos ouvidos de Jesus para dizer: Esse Zaqueu é um ladrão, corrupto, ele é sujo, ele é indigno. Os murmuradores são aqueles que sempre acham que são melhores do que os outros e que se depender deles você vai ficar para sempre fora do Reino de Deus. Feche os seus ouvidos à voz dos murmuradores. Não deixe que os fariseus modernos dos nossos dias mantenha você longe de Jesus. Pessoas dessa natureza muitas vezes são colocadas no nosso caminho para interferir no maravilhoso plano de Deus em salvar os homens. Após observar alguns dos obstáculos em que Zaqueu precisou vencer para se encontrar com Jesus, vamos analisar a determinação de Jesus para salvar a Zaqueu.

II. A DETERMINAÇÃO DE JESUS EM SALVAR ZAQUEU

1. Jesus buscou a Zaqueu, antes de Zaqueu buscar a Jesus – v. 5
Jesus viu Zaqueu primeiro. Assim como Jesus viu a Mateus na coletoria, Natanael debaixo da figueira, agora Jesus vê Zaqueu empoleirado na árvore. A iniciativa para um encontro pessoal foi inteiramente de Jesus. Saiba que Jesus amou você primeiro. Ele sabe exatamente quem é você. Ele conhece o seu nome. Ele chama você pelo seu próprio nome. Ele conhece o seu passado. Antes dos tempos eternos, ele já conhecia você, já amava você e já havia decidido-se por você. Jesus olha para Zaqueu e o busca em primeiro lugar. Ele veio buscar e salvar o perdido. Naquele instante Jesus estava passando por Jericó por causa de Zaqueu. Não obstante, Jesus se faz presente aqui hoje por mim e por você. E se você veio aqui e não teve um encontro com a salvação, aproveite essa oportunidade ainda hoje. Porque Ele conhece você, e te ama de uma maneira sobrenatural. Zaqueu na árvore era como um fruto maduro que Jesus precisava colher.

2. Jesus mostra para Zaqueu que a sua salvação era uma questão urgente – v. 5
“Desce depressa”. É hoje. É agora. Não dá mais para adiar. Aquele era o último dia. Aquela era a última hora. Jesus nunca mais passaria por Jericó. Jesus tem pressa para salvar vidas. Hoje é o dia da visitação de Deus na vida de qualquer um que se entregar a ele. Não perca o dia da sua oportunidade. Não endureça o seu coração.  Busque o Senhor enquanto se pode achar. A eternidade jaz à porta. Se existe algo que ainda precisa ser deixado de lado para que você obedeça ao chamado do Senhor, então faça isso agora mesmo.

3. Jesus não apenas quer ver Zaqueu, mas ter comunhão com ele – v. 5
Esta é a única vez que Jesus entra numa casa sem ser convidado – Jesus nunca entrou numa casa sem ser convidado nem nunca permaneceu sem ser acolhido. Jesus disse “me convém ficar em sua casa”, ou seja, eu preciso ficar em sua casa. Já estava na agenda de Cristo salvar Zaqueu. Como também estava na agenda de Cristo passar em Samaria e salvar a mulher samaritana. Então, isso prova o amor de Jesus e o seu propósito urgente em salvar. O prazer de Deus está em perdoar pecados e conceder a vida eterna. Jesus aqui também revela que o seu amor é desprovido de preconceitos – A cidade inteira murmurou ao ver Jesus se hospedando com Zaqueu (v. 7). Eles sabiam que Zaqueu era um grande pecador. Mas Jesus é o amigo dos publicanos e pecadores. Jesus não veio buscar aqueles que se acham justos e bons. Como médico ele veio curar os que se consideram doentes. Ele veio buscar e salvar os perdidos. Jesus quer ter comunhão com Zaqueu, por isso vai à sua casa. Jesus quer transformar sua vida e também o seu lar por completo.

4. Jesus oferece a Zaqueu o glorioso presente da salvação – v. 9-10
a) A salvação não é obtida por meio da religião – Jericó era a cidade dos sacerdotes, mas foi o negociante mais inescrupuloso da cidade que teve um encontro com Jesus e ser salvo por ele.
b) A salvação não é obtida mediante uma vida correta – Havia muitas pessoas de caráter em Jericó, mas Jesus salva o homem mais odiado da cidade.
c) A salvação não é obtida pelas obras – Uma pessoa pode distribuir todos os seus bens aos pobres e isso de nada valer. Zaqueu deu a metade dos seus bens e isso foi aceito. Porém Ele não foi salvo porque deu, ele foi salvo porque creu. 
Não importa quem você é, o que você tenha feito, por onde andou. Agora mesmo, se você se arrepender dos seus pecados e abandoná-los e confiar em Jesus, você é salvo por ele.
d) A salvação é uma dádiva gratuita de Jesus – Ele veio a este mundo para buscar e salvar o perdido. Talvez você esteja vivendo a sua vida, achando que a sua religiosidade é suficiente. Mas o que você realmente precisa é ter um encontro real com o Senhor Jesus. Um encontro salvador com o Mestre. Ele ama você. Ele conhece seu coração. Jesus deseja ter um relacionamento íntimo com você.

III. AS EVIDÊNCIAS DE UM ENCONTRO SALVADOR COM JESUS

1. Prontidão para obedecer o chamado de Cristo– v. 6
Zaqueu desceu depressa. Ele obedeceu sem questionar e sem adiar este momento. Ele recebeu Jesus em sua casa e em seu coração. Ele abriu o seu coração e o seu lar para Jesus. Ele levou Jesus para dentro da sua casa. Ele abriu sua vida, seu coração, sua consciência e deixou que Jesus entrasse em cada área da sua vida. Não escondeu alguma parte que preferia deixar como está. Houve uma entrega sem reservas.

2. Alegria em receber a Cristo – v. 6
Jesus veio a esse mundo para dar a vida eterna. Ele veio para trazer salvação. Para perdoar pecados. Para libertar das algemas eternas. Para purificar o coração do homem fazendo dele  uma nova criatura. Ele veio para que pudéssemos ter vida abundante. E é por meio dessa obra maravilhosa e sublime que a verdadeira alegria é encontrada por todos nós. Receber a Cristo como Senhor e Salvador é a maior alegria da vida. Tudo passa a ter significado e o vazio que outrora existia, passa a ser preenchido, ou melhor dizendo, abundado pela presença do Senhor. Somente quem teve um encontro real com o Senhor, pode testemunhar dessa genuína alegria que sentimos.

3. Coração aberto para amar e socorrer os necessitados – v. 8
Zaqueu demonstrou profunda mudança em sua vida. Jesus transformou seu coração, sua vida, seu caráter e seu bolso. O primeiro sinal de conversão na vida de Zaqueu foi o amor, a generosidade e a disposição da dar. Até então sua vida era marcada pelo receber e tomar o que era dos outros. Ele que sempre tomou, agora ele resolve dar as pessoas que necessitam. O eixo da sua vida mudou. Ele que queria sempre levar vantagem em tudo, quer agora ajudar. Ele que sempre pensava em si mesmo, agora pensa nos outros. Agora não é a ganância, mas o amor que governa a sua vida. Se a nossa religião é verdadeira, ela irá se preocupar com aqueles que carecem de amparos na suas vidas. Quando você abre o coração para ser generoso com alguém, você destrói toda ganância que há em seu coração. Zaqueu não compartilha sua renda para ganhar a salvação. Ele compartilha porque recebeu a salvação. Quando o nosso coração é atingido pelo amor de Jesus, tudo passa a pertencer ao Senhor e só existe para glorificar o nome d'Ele.

4. Prontidão para corrigir as faltas do passado – v. 8
Zaqueu desviou muita coisa de gente inocente. Pisou nos menos favorecidos. Ganhou muita propina por cambalachos que fazia para os ricos. Adulterou muitas notas fiscais. Aceitou muitas notas frias, tudo isso para aumentar a sua própria riqueza. Um dia, porém, sua consciência transbordou e ele não aguentou mais. Ao encontrar-se com Jesus, ele se dispôs a corrigir as faltas do seu passado. Uma pessoa convertida é uma pessoa honesta. Consciente do que é errado e não complacente. Zaqueu quer agora reparar os erros do passado. Ele quer restituir as pessoas a quem tinha lesado. Ele quer limpar o seu nome. Ele quer a vida certa. O caráter de Zaqueu é curado por Cristo. Ele abandona a mentira, a esperteza comercial, as vantagens fáceis do enriquecimento ilícito. Ele agora quer andar na luz. Um idólatra se arrepende e abandona os ídolos. Um maldizente, abandona os palavrões. Um mentiroso, a mentira. Um adúltero, o adultério. Um homossexual, abandona o homossexualismo. Um viciado abandona as drogas. Um ladrão, deixa o roubo e devolve o que não é seu. Um feiticeiro, larga a feitiçaria. Não há salvação sem abandono do pecado. Pv 28:13 - “O que encobre as suas transgressões jamais prosperará, mas aquele que as confessa e deixa, alcançará misericórdia”. 1 Jo 1:9 - "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça."

CONCLUSÃO
Quando Zaqueu demonstrou seu sincero arrependimento, Jesus lhe disse no verso 9: “Hoje houve salvação nesta casa. Porque também este é filho de Abraão. Pois o Filho do homem veio buscar e salvar o perdido”. Jesus viu Zaqueu. Chamou Zaqueu pelo nome. Foi à sua casa. Demonstrou-lhe seu amor sem preconceitos. Transformou o seu caráter e lhe deu a vida eterna. Jesus quer fazer o mesmo com você. Você pode ter também um encontro salvador com Jesus nesta noite.  Você que está procurando a Jesus, saiba, que ele já estava procurando você primeiro.

Alysson Diniz R