Deixa eu te dizer...

sexta-feira, 10 de junho de 2016

Da Humilhação a Exaltação - Filipenses 2.6-11

O texto que nós lemos é divido ao meio: Paulo apresenta a trajetória de Jesus da humilhação nos vrs. 6 a 8, a exaltação nos vrs. 9 a 11.
Este é um texto clássico da cristologia na Bíblia.
William Barclay diz que esta é a passagem mais importante e mais emocionante que Paulo escreveu sobre a pessoa de Jesus.
Mas para introduzir nossa mensagem é preciso considerar dois importantes pontos que envolvem esse contexto, e que estão muito bem expressos no vrs. 5.
Algo essencial para que a mensagem tenha significado:

1.            A doutrina sempre deve estar conectada com a vida
        Aqui Paulo alcança as alturas mais excelentes da sua reflexão teológica acerca do Filho de Deus. 
           Porém, o contexto revela-nos que Paulo está tratando de um problema prático na vida da igreja, exortando os crentes à unidade. 
          Ou seja, Paulo está expondo seu pensamento teológico mais profundo para resolver um problema de desunião dentro da igreja. 
               Isso significa que nossa pregação deve estar sempre conectada com a vida. 
          Nessa mesma linha de pensamento William Barclay comenta: Em Paulo sempre se unem Doutrina e Prática. Para ele, todo sistema de pensamento deve necessariamente converter-se em um caminho de vida. 
           Em muitos aspectos esta passagem é uma daquelas que tem o maior alcance teológico do Novo Testamento, mas toda a sua intenção está em convencer e impulsionar os filipenses a viverem uma vida livre de toda desunião, desarmonia e ambição pessoal.


2.            A vida de Cristo é o exemplo máximo para a igreja
Paulo corrige os problemas internos da igreja de Filipos não apenas lhes oferecendo conceitos doutrinários, mas sobretudo apresentando-lhes o exemplo de Cristo.
O melhor remédio para curar os males da igreja é olhar para a vida de Jesus, seguir os seus passos e imitar seu exemplo, é o que diz Fp. 2.5.
A igreja de Filipos estava sendo atacada por inimigos externos e por intrigas internas. Para prevalecer em ambos os males, se fazia necessário olhar para Jesus.
Se Jesus não é nosso exemplo, então nossa fé é estéril e o nosso cristianismo, inútil.

I. A HUMILHAÇÃO DE CRISTO (2.6-8)
1.            Ele voluntariamente abriu mão de seus direitos (2.6)
Jesus antes da sua encarnação sempre foi Deus, sendo uma só pessoa com o Pai e com o Espírito Santo. 
Ele sempre foi revestido de glória e majestade (Jo 17.5). Ele é o criador de todas as coisas, visíveis e invisíveis (Cl 1.16). Sendo sempre adorado pelos anjos nas cortes celestiais.
A expressão “subsistindo em forma de Deus” conforme descrito no texto (2.6) é muito importante para entendermos a divindade de Cristo. 
William Barclay diz que a palavra “subsistindo” hyparquein descreve aquilo que é essencial e que não pode ser mudado. 
Descreve características inatas, imutáveis e inalteráveis. Desta maneira, Paulo começa dizendo que Jesus é Deus em forma essencial, inalterável e imutável.
Logo Paulo continua dizendo que Jesus “subsistia em forma de Deus”. A palavra que Paulo usa com referência a Jesus é morphe: significa a forma essencial de algo que jamais se altera. Jesus está de maneira inalterável na forma de Deus; sua essência e seu ser imutável são divinos.
O que Paulo está dizendo, pois, em Filipenses 2.6 é que Cristo Jesus sempre foi (e continuará sempre sendo) Deus por natureza, a expressa imagem do ser Divino.
Jesus sempre foi Deus (Jo 1.1; Cl 1.15; Hb 1.3). Ele sempre possuiu toda a glória e louvor no céu. Com o Pai e o Espírito Santo, ele sempre reinou sobre o universo.
Há uma outra verdade gloriosa exposta no versículo 6. O apóstolo Paulo diz que Jesus “não julgou como usurpação o ser igual a Deus”, ou seja, não considerou a sua igualdade com Deus como “algo que deveria reter de maneira egoísta”.

A palavra grega aqui traduzida por “usurpação” (harpagmos) só aparece aqui em toda a Bíblia.
Ela provém de um verbo que significa arrebatar ou agarrar-se com força.
Ou seja, Jesus não se agarrou aos privilégios de sua igualdade com Deus, antes abriu mão dela por amor aos homens.
Jesus não pensou em si mesmo; ele pensou nos outros. Ele abriu mão de sua glória, desceu das alturas e, usou seus privilégios para abençoar os outros.
Certa vez um repórter entrevistou um próspero orientador profissional.
Ele perguntou: - Qual é o segredo do seu sucesso?
Ele respondeu: - Se quiser descobrir o real valor de um trabalhador, não lhe dê responsabilidades; dê-lhe privilégios.
Muitas pessoas são capazes de cumprir responsabilidades, mas somente um verdadeiro líder saberá lidar com privilégios, usando-os para ajudar os outros.
Um homem qualquer irá se servir dos privilégios para autopromoção. Jesus usou os seus privilégios celestes para o bem da humanidade.
A Bíblia diz que ele andou por toda a parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo (At 10.38).
Para entender bem essa situação, vale a pena comparar a atitude de Cristo com a de Adão (Gn 3.1-7).
Adão tinha tudo, ocupava uma posição superior na criação, mas Satanás lhe disse: “Sereis como Deus”.
O homem então, tentou agarrar algo que estava para além do seu alcance e assim precipitou toda a raça humana no pecado e na morte.
Adão pensou unicamente em si; Jesus Cristo pensou nos outros. Adão, criado homem, à imagem de Deus, tentou tomar para si uma falsa e ilusória igualdade com Deus.
Cristo alcançou o senhorio sobre o universo mediante sua renúncia, enquanto Adão decaiu de sua posição mediante o roubo do fruto proibido”.
Paulo está fazendo um uso prático da encarnação de Cristo para enfatizar a grande lição da humildade como fator essencial para a unidade.
A verdade é explicita no texto de que Cristo se humilhou e assim nós também devemos fazê-lo.

2.            Ele se esvaziou (2. 7)
O Filho de Deus deixou o céu, a glória, seu trono, e fez-se carne, fez-se homem, se encarnou.
Aquele que em seu estado pré-encarnado é igual a Deus é a mesma Pessoa que se esvaziou.
O verbo no original (gr kenou) “se esvaziou”, literalmente significa “tirar algo de um recipiente até que fique vazio” ou “derramar algo até que não fique nada”.
Mas do que Cristo se esvaziou? Certamente não foi da sua existência “na forma de Deus”.
Isso seria impossível. Por que ele continuou sendo o Filho de Deus.
Sem sombra de dúvida, Cristo renunciou seu ambiente de glória. Ele pôs de lado sua majestade e glória, coforme Ele mesmo diz que a possuia antes mesmo que o mundo existisse (Jo. 17.5).
Ele jamais deixou de ser o possuidor da natureza divina. Mesmo em seu estado de humilhação ele jamais se despojou de sua divindade.

O que realmente acontece é em primeiro lugar, uma renuncia da sua relação favorável com à lei divina. Enquanto permanecia no céu nenhuma carga de culpa pesava sobre ele. Entretanto, ao encarnar-se, ele que não conheceu pecado, se fez pecado por nós (Jo 1.29; 2Co 5.1); ele que era bendito eternamente se fez maldição por nós (Gl 3.13) e levou sobre seu corpo, no madeiro, todos os nossos pecados (1Pe 2.24).

Em segundo lugar, ele renunciou suas riquezas. O apóstolo Paulo diz: “Pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos” (2Co 8.9).
Jesus renunciou tudo, até mesmo sua própria vida (Jo 10.11).
Jesus era tão pobre que tomou emprestado um lugar para nascer, uma casa para pernoitar, um barco para pregar, um animal para cavalgar, uma sala para reunir e até mesmo um túmulo para ser sepultado.

Em terceiro lugar, ele renunciou sua glória celestial. Ele tinha glória com o Pai antes que houvesse mundo (Jo 17.5).
Mas, voluntariamente deixou a companhia dos anjos e veio para ser perseguido e maltratado pelos homens.
De um estado eterno de deleite, na própria presença do Pai, voluntariamente desceu a este reino de miséria a fim de armar sua tenda com os pecadores.
Ele, em cuja presença os serafins cobriam o rosto, o objeto da mais solene adoração, voluntariamente desceu a este mundo, onde foi “desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer” (Is 53.3).
É surpreendente refletir que Paulo tenha escrito sobre esse sublime mistério da humilhação de Cristo simplesmente para ensinar a igreja de Filipos acerca da humildade nos relacionamentos.
Será que haveria pessoas em Filipos que deveriam aprender a doar, a ceder, tornarem-se humildes, mas que de alguma maneira encontrariam dificuldades em por em prática?
 “Esvaziar-se”, renunciar a si mesmo, abrir mão de algo, tornar-se pequeno – Será que ainda seria difícil agir assim depois de ouvir acerca do exemplo de Jesus e da forma com que ele abriu mão do que tinha: passando da forma divina para figura de escravo?
É justamente por isso. Não para escrever capítulos de uma obra doutrinária, que Paulo mostra Jesus aos filipenses.

3.            Ele serviu (2.7)
O eterno Filho de Deus não nasceu num palácio. O Rei dos reis não nasceu num berço de ouro nem entrou no mundo por intermédio de uma família rica e opulenta; ao contrário, nasceu num berço pobre, numa família pobre, numa cidade pobre.
Jesus nasceu numa manjedoura, cresceu numa carpintaria e morreu numa cruz. Ele não veio ao mundo para ser servido, mas para servir (Mc 10.45).
Jesus não pensou nos outros apenas de forma abstrata; ele assumiu a forma de servo, ele serviu.
A palavra “forma” aqui é novamente morphe, uma forma absoluta. Jesus não fingiu ser um servo. Ele não foi um ator no desempenho de um papel.
Ele de fato foi servo! A única pessoa no mundo que tinha razão de fazer valer seus direitos, os renunciou.
E foi Cristo Jesus mesmo que disse: “Pois, no meio de vós, eu sou como quem serve” (Lc 22.27).
Jamais algum servo serviu com mais imutável lealdade, abnegada devoção e irrepreensível obediência do que Jesus.
Jesus serviu aos pecadores, às meretrizes, aos cobradores de impostos, aos doentes, aos famintos, aos tristes e enlutados.
Quando seus discípulos, no cenáculo, ainda alimentavam pensamentos soberbos, ele pegou uma toalha e uma bacia e levou os seus pés (Jo 13.1-13).

4.            Ele se sacrificou (2.8)
Muitas pessoas estão prontas a servir outros, se isso não lhes custar nada. Mas se há um preço a pagar, então muito facilmente perdem o interesse.
Jesus Cristo serviu sacrificialmente e foi obediente até à morte e morte de cruz.
Cristo já havia se esvaziado e se humilhado quando ele se fez homem. Depois desceu mais um degrau nessa escalada da humilhação, quando assumiu a forma de servo; até chegar às profundezas da humilhação quando suportou a morte e morte de cruz.
Por seu sacrifício, ele transformou esse horrendo altar de morte no símbolo mais glorioso do cristianismo.
A  cruz de Cristo é a grande ênfase de toda a Bíblia, tanto do Velho como do Novo Testamento (Lc 24.25-27).
Dois quintos do Evangelho de Mateus são dedicados à última semana de Jesus em Jerusalém.
Mais de três quintos do Evangelho de Marcos, um terço do Evangelho de Lucas e quase a metade do Evangelho de João dão a mesma ênfase.
O apóstolo João fala da crucificação de Cristo como “a hora” vital para a qual Cristo veio ao mundo e seu ministério foi exercido (Jo 2.4; 7.30; 8.20; 12.23; 12.27; 13.1; 17.1).
O mesmo autor diz que Cristo morreu para remover o pecado, satisfazer a justiça divina e revelar o amor de Deus.

A morte de cruz tinha três características:
Em primeiro lugar, ela era algo extremamente doloroso. Era a pena de morte aplicada apenas aos escravos e aos piores criminosos. Havia um ditado que dizia que uma pessoa crucificada morria mil mortes. Muitas vezes, o crucificado passava vários dias pregado na cruz e morria lentamente com câimbras, asfixia e atrozes.

Em segundo lugar, ela era ultrajante. A pessoa condenada era açoitada da forma mais sangrenta possível, insultada e cuspida e, depois, tinha que carregar a cruz debaixo do escárnio da multidão até o lugar da sua execução, onde era colocada da maneira mais vergonhosa.

Em terceiro lugar, ela era maldita. Uma pessoa que era dependurada na cruz era considerada maldita (Dt 21.23; Gl 3.13).
Assim, enquanto Jesus estava cravado ali na cruz, embaixo, Satanás e suas hostes o assaltavam; em volta os homens o escarneciam; de cima, Deus o cobria com um manto de trevas, símbolo de maldição e de dentro gritava amargamente: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” De fato, Cristo desceu a este inferno, o inferno do Calvário e do sofrimento terreno.
O Senhor da Igreja consentiu em terminar sua vida num patíbulo romano e do ponto de vista judaico, morrer sob condenação divina.
Mas, não devemos olhar a morte de Cristo na cruz apenas sob a perspectiva do sofrimento físico.
 A grande questão é: por que ele morreu na cruz? Cristo não foi para a cruz porque Judas o traiu por ganância, porque os sacerdotes o entregaram por inveja ou porque Pilatos o condenou por covardia.
Ele foi para a cruz porque o Pai o entregou por amor e porque ele a si mesmo se entregou por nós. Ele morreu pelos nossos pecados (1Co 15.3).
Nós o crucificamos. Nós estávamos lá no Calvário não como platéia, mas como agentes da sua crucificação.
A cruz de Cristo é a maior expressão do amor de Deus por nós e a mais intensa expressão da ira de Deus sobre o pecado.
O pecado é horrendo aos olhos de Deus. A santa justiça de Deus exige a punição do pecado.
 O salário do pecado é a morte. Então, Deus num ato incompreensível de eterno amor, puniu o nosso pecado em seu próprio Filho, para poupar-nos da morte eterna.
Na cruz Jesus bebeu sozinho o cálice amargo da ira de Deus contra o pecado. Na cruz Jesus foi desamparado para sermos aceitos e amparados por sua graça divina.
Ele não desceu da cruz para podermos subir ao céu. Ele se fez maldição na cruz para sermos benditos de Deus. Ele morreu a nossa morte para vivermos a sua vida.
Mas a trajetória de Jesus não se resumiu apenas a sua humilhação.

II. A EXALTAÇÃO DE CRISTO (2.9-11)
1.            É obra de Deus (2.9)
O apóstolo Paulo faz uma transição daquilo que Cristo fez para aquilo que Deus fez para ele e por ele.
O mesmo que se humilhou foi exaltado e essa exaltação lhe foi dada pelo Pai. O caminho da exaltação passa pelo vale da humilhação; a estrada para a coroação, passa pela cruz.
Deus exalta aqueles que se humilham. Foi por causa do sofrimento da morte que essa recompensa lhe foi conferida.
Deus não deixou Cristo na sepultura, mas levantou-o da morte, levou-o de volta ao céu e o glorificou (At 2.33; Hb 1.3).
 Deus deu a Jesus “toda autoridade no céu e na terra” (Mt 28.18). Deu a ele autoridade para julgar (Jo 5.27) e ser senhor de vivos e de mortos (Rm 14.9), fazendo-o assentar à sua destra, acima de todo principado e potestade, constituindo-o a cabeça de toda a igreja (Ef 1.20-22).
Então porque Jesus se humilhou, ele foi exaltado. E o  que Ele experimentou é a perfeita ilustração de sua própria afirmação: “… todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado” (Lc 18.14b).
Os homens o cuspiram, mas Deus o exaltou. Os homens zombaram do seu nome, mas o Pai lhe deu o nome que está acima de todo nome.

E é pelo fato de ele ter recebido um nome que está acima de todo nome que a exaltação de Cristo se constitui incomparável (2.9).
Pense por um só instante, é por meio desse nome que os enfermos são curados At 3.6: "E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda."
Os perdidos são salvos At 4.12: "E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos."
Os crentes são perdoados 1Jo 2.12: "Filhinhos, escrevo-vos, porque pelo seu nome vos são perdoados os pecados."
 Os cativos são libertos Lc 10.17: "E voltaram os setenta com alegria, dizendo: Senhor, pelo teu nome, até os demônios se nos sujeitam."
 As orações são respondidas Jo 16.23b: "Na verdade, na verdade vos digo que tudo quanto pedirdes a meu Pai, em meu nome, ele vos dará."
 Cl 3.17: "Tudo o que fizerem, seja em palavra seja em ação, façam-no em nome do Senhor Jesus, dando por meio dele graças a Deus Pai."
A grande ênfase do Novo Testamento é sobre o senhorio de Cristo sobre tudo e sobre todos. O Filho de Deus é chamado de Senhor mais de seiscentas vezes no Novo Testamento. 
Somente os que confessam que Jesus é Senhor podem ser salvos. A Bíblia diz que quem tem o Filho tem a vida.

2.            É uma exaltação que exige rendição de todos (2.10)
Haverá um tempo, e diga-se de passagem, não falta muito para que esse tempo chegue, em que no seu regresso em glória, Jesus será adorado por todos os seres já criados em todas as eras e em todos os setores do universo.
Os anjos e os seres humanos redimidos farão isso com intenso regozijo, enquanto os que forem condenados farão isso com profundo desespero e remorso (Ap 6.12-17).
A aclamação final do universo, consistirá em um reconhecimento comum e unânime de todos os seres de que Jesus Cristo é o Senhor!
Na sua segunda vinda todo o joelho vai se curvar diante do poderoso nome de Jesus no céu (os anjos e os remidos), na terra (os homens) e debaixo da terra (demônios e condenados).
Quão imensurável será o júbilo daqueles que forem salvos ao se ajoelharem diante de Jesus. De igual maneira, que grande pavor cairão de joelhos aqueles que passaram orgulhosamente por ele ou o rejeitaram!
Aqueles que amam a Jesus e verdadeiramente o seguem tem consciência disso e se regozijam nesse fato, mas milhões de pessoas no mundo negam o fato de  que Jesus é o Rei coroado e somente se prostrarão aos seus pés quando ele se manifestar em glória.
Naquele dia todo joelho vai se dobrar, toda língua vai confessar que Jesus é Senhor, mas nem todos serão salvos.

3.            É uma exaltação proclamada universalmente (2.11)
Toda língua vai confessar que Jesus é Senhor. Ele é o Rei dos reis, o Senhor dos senhores, o Todo-poderoso Deus, diante de quem os poderosos deste mundo vão ter que se curvar e confessar que ele é Senhor.
Aqueles que zombaram dele, vão ter que confessar que ele é o Senhor. Aqueles que o negaram e nele não quiseram crer, vão ter que admitir e confessar que ele é Senhor.
Essa confissão será pública e universal. Todo o universo vai ter que se curvar diante daquele que se humilhou, mas foi exaltado sobremaneira!
Isso não significa, obviamente, que todas as pessoas serão salvas. Somente aqueles que agora em vida reconhecem que Jesus é o Senhor o confessam como tal serão salvos (Rm 10.9).
Porém, na segunda vinda de Cristo nenhuma língua ficará silenciosa, nenhum joelho ficará sem se dobrar. Toda as criaturas e toda a criação reconhecerão que Jesus é Senhor (2.11; Ap 5.13).
A exaltação de Jesus tem dois propósitos claros:

Em primeiro lugar, que todos, em todo o universo reconheçam o senhorio de Jesus Cristo.
Deus o exaltou, o fez assentar à sua destra e o constitui o Senhor absoluto do todo o universo. O senhorio de Cristo foi a grande ênfase da pregação apostólica em todo os Novo Testamento (At 2.36; Rm 10.9; Ap 17.14; 19.16).
Em virtude do poder e majestade de Jesus Cristo, e pelo reconhecimento de que ele é o Senhor, toda língua o proclamará.
Pense nos termos pelos quais temos o privilégio de darmos glória a ele.
Pense sobre seus nomes. Jesus Cristo é o Maravilhoso Conselheiro, o Deus Forte, o Pai da Eternidade, o Príncipe da Paz.
Ele é o Messias, o Senhor, o Primeiro e o Último, o Começo e o Fim, o Alfa e o Ômega, o Ancião de Dias, o Rei dos reis e o Senhor dos senhores, o Deus conosco, Aquele que era, que é e que há de vir.
Ele é chamado de a Porta das Ovelhas, o Bom Pastor, o Bispo das nossas almas.
Ele é o Cordeiro sem defeito e sem mácula, o Cordeiro imolado antes da fundação do mundo.
Ele é a Palavra, a Luz do Mundo, a Luz da Vida, a Árvore da Vida, o Pão que desceu do céu, a Ressurreição e a Vida, o Caminho, a Verdade, e a Vida.
Ele é a Rocha, o Noivo, a Sabedoria de Deus, nosso Redentor.
Ele é o Cabeça de todas as coisas, o Amado em quem Deus tem todo o seu prazer.
E agora eu pergunto: Jesus Cristo é para você todas essas coisas? Se Jesus representa todas essas gloriosas verdades para você, então, seus joelhos se dobrarão e sua língua confessará que ele é Senhor para a glória de Deus Pai.

Em segundo lugar, que o Pai seja glorificado pela exaltação do Filho. propósito final de todas as coisas é a glória de Deus (1Co 10.31). Paulo havia advertido contra o pecado da vanglória (2.3).
Toda a glória que não é dada a Deus é glória vazia, é vanglória. Cristo se humilhou e suportou a cruz para a glória de Deus (Jo 17.1). Ele ressuscitou e foi exaltado para a glória de Deus (2.11).

CONCLUSÃO
Toda a vida e obra de Jesus não apontam para sua glória pessoal, mas objetiva a glória do Pai.
Jesus atrai os homens para si para poder levá-los a Deus.
Na igreja de Filipos havia alguns que tinham o propósito de satisfazer suas ambições egoístas e permanecer na mais dura arrogância.
Porém, o único propósito de Jesus era servir a outros em humildade ainda que isso tenha lhe custado a maior de todas as renúncias.
Enquanto alguns membros da igreja de Filipos queriam ser o centro das atenções, Jesus queria que o único centro da atenção fosse o próprio Deus.
Assim, também, o seguidor de Cristo nunca deve pensar em si mesmo, senão primeiramente no seu irmão; não deve buscar sua própria glória, senão antes de qualquer coisa a glória de Deus.
Que Deus então nos abençoe com corações humildes semelhantes ao de Jesus e que Ele seja sempre glorificado em nosso meio.


Soli deo Glória!

Ministrado por:
Alysson Diniz