O texto que nós lemos é divido ao meio:
Paulo apresenta a trajetória de Jesus da humilhação nos vrs. 6 a 8, a exaltação
nos vrs. 9 a 11.
Este é um texto clássico da cristologia
na Bíblia.
William Barclay diz que esta é a
passagem mais importante e mais emocionante que Paulo escreveu sobre a pessoa
de Jesus.
Mas para introduzir nossa mensagem é
preciso considerar dois importantes pontos que envolvem esse contexto, e que
estão muito bem expressos no vrs. 5.
Algo essencial para que a mensagem
tenha significado:
1. A doutrina sempre deve estar conectada com a vida
Aqui Paulo alcança as alturas mais excelentes da sua reflexão teológica acerca do Filho de Deus.
Porém, o contexto revela-nos que Paulo está tratando de um problema prático na vida da igreja, exortando os crentes à unidade.
Ou seja, Paulo está expondo seu pensamento teológico mais profundo para resolver um problema de desunião dentro da igreja.
Isso significa que nossa pregação deve estar sempre conectada com a vida.
Nessa mesma linha de pensamento William Barclay comenta: Em Paulo sempre se unem Doutrina e Prática. Para ele, todo sistema de pensamento deve necessariamente converter-se em um caminho de vida.
Em muitos aspectos esta passagem é uma daquelas que tem o maior alcance teológico do Novo Testamento, mas toda a sua intenção está em convencer e impulsionar os filipenses a viverem uma vida livre de toda desunião, desarmonia e ambição pessoal.
2. A
vida de Cristo é o exemplo máximo para a igreja
Paulo corrige os problemas internos da
igreja de Filipos não apenas lhes oferecendo conceitos doutrinários, mas sobretudo
apresentando-lhes o exemplo de Cristo.
O melhor remédio para curar os males da
igreja é olhar para a vida de Jesus, seguir os seus passos e imitar seu exemplo,
é o que diz Fp. 2.5.
A igreja de Filipos estava sendo
atacada por inimigos externos e por intrigas internas. Para prevalecer em ambos
os males, se fazia necessário olhar para Jesus.
Se Jesus não é nosso exemplo, então
nossa fé é estéril e o nosso cristianismo, inútil.
I. A
HUMILHAÇÃO DE CRISTO (2.6-8)
1.
Ele voluntariamente abriu mão de seus direitos (2.6)
Jesus antes da sua encarnação sempre foi Deus, sendo uma só pessoa com o Pai e com o Espírito Santo.
Ele sempre foi revestido de glória e majestade (Jo 17.5). Ele é o criador de todas as coisas, visíveis e invisíveis (Cl 1.16). Sendo sempre adorado pelos anjos nas cortes celestiais.
A expressão “subsistindo em forma de Deus” conforme descrito no texto (2.6) é muito importante para entendermos a divindade de Cristo.
William Barclay diz que a palavra “subsistindo” hyparquein descreve aquilo que é essencial e que não pode ser mudado.
Descreve características inatas, imutáveis e inalteráveis. Desta maneira, Paulo começa dizendo que Jesus é Deus em forma essencial, inalterável e imutável.
Logo Paulo continua dizendo que Jesus
“subsistia em forma de Deus”. A palavra que Paulo usa com referência a Jesus é morphe: significa a forma essencial de
algo que jamais se altera. Jesus está de maneira inalterável na forma de Deus;
sua essência e seu ser imutável são divinos.
O que Paulo está dizendo, pois, em
Filipenses 2.6 é que Cristo Jesus sempre foi (e continuará sempre sendo) Deus
por natureza, a expressa imagem do ser Divino.
Jesus sempre foi Deus (Jo 1.1; Cl 1.15;
Hb 1.3). Ele sempre possuiu toda a glória e louvor no céu. Com o Pai e o
Espírito Santo, ele sempre reinou sobre o universo.
Há uma outra verdade gloriosa exposta
no versículo 6. O apóstolo Paulo diz que Jesus “não julgou como usurpação o ser
igual a Deus”, ou seja, não considerou a sua igualdade com Deus como “algo que
deveria reter de maneira egoísta”.
A palavra grega aqui traduzida por
“usurpação” (harpagmos) só aparece
aqui em toda a Bíblia.
Ela provém de um verbo que significa
arrebatar ou agarrar-se com força.
Ou seja, Jesus não se agarrou aos
privilégios de sua igualdade com Deus, antes abriu mão dela por amor aos
homens.
Jesus não pensou em si mesmo; ele
pensou nos outros. Ele abriu mão de sua glória, desceu das alturas e, usou seus
privilégios para abençoar os outros.
Certa vez um repórter entrevistou um
próspero orientador profissional.
Ele perguntou: - Qual é o segredo do
seu sucesso?
Ele respondeu: - Se quiser descobrir o real
valor de um trabalhador, não lhe dê responsabilidades; dê-lhe privilégios.
Muitas pessoas são capazes de cumprir
responsabilidades, mas somente um verdadeiro líder saberá lidar com
privilégios, usando-os para ajudar os outros.
Um homem qualquer irá se servir dos
privilégios para autopromoção. Jesus usou os seus privilégios celestes para o
bem da humanidade.
A Bíblia diz que ele andou por toda a
parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo (At 10.38).
Para entender bem essa situação, vale a
pena comparar a atitude de Cristo com a de Adão (Gn 3.1-7).
Adão tinha tudo, ocupava uma posição
superior na criação, mas Satanás lhe disse: “Sereis como Deus”.
O homem então, tentou agarrar algo que
estava para além do seu alcance e assim precipitou toda a raça humana no pecado
e na morte.
Adão pensou unicamente em si; Jesus Cristo
pensou nos outros. Adão, criado homem, à imagem de Deus, tentou tomar para si
uma falsa e ilusória igualdade com Deus.
Cristo alcançou o senhorio sobre o
universo mediante sua renúncia, enquanto Adão decaiu de sua posição mediante o
roubo do fruto proibido”.
Paulo está fazendo um uso prático da
encarnação de Cristo para enfatizar a grande lição da humildade como fator
essencial para a unidade.
A verdade é explicita no texto de que Cristo
se humilhou e assim nós também devemos fazê-lo.
2.
Ele se esvaziou (2. 7)
O Filho de Deus deixou o céu, a glória,
seu trono, e fez-se carne, fez-se homem, se encarnou.
Aquele que em seu estado pré-encarnado
é igual a Deus é a mesma Pessoa que se esvaziou.
O verbo no original (gr kenou) “se esvaziou”, literalmente
significa “tirar algo de um recipiente até que fique vazio” ou “derramar algo
até que não fique nada”.
Mas do que Cristo se esvaziou?
Certamente não foi da sua existência “na forma de Deus”.
Isso seria impossível. Por que ele
continuou sendo o Filho de Deus.
Sem sombra de dúvida, Cristo renunciou
seu ambiente de glória. Ele pôs de lado sua majestade e glória, coforme Ele
mesmo diz que a possuia antes mesmo que o mundo existisse (Jo. 17.5).
Ele jamais deixou de ser o possuidor da
natureza divina. Mesmo em seu estado de humilhação ele jamais se despojou de
sua divindade.
O que realmente acontece é em primeiro lugar, uma renuncia da sua
relação favorável com à lei divina. Enquanto permanecia no céu nenhuma carga de
culpa pesava sobre ele. Entretanto, ao encarnar-se, ele que não conheceu
pecado, se fez pecado por nós (Jo 1.29; 2Co 5.1); ele que era bendito
eternamente se fez maldição por nós (Gl 3.13) e levou sobre seu corpo, no
madeiro, todos os nossos pecados (1Pe 2.24).
Em segundo
lugar, ele
renunciou suas riquezas. O apóstolo Paulo diz: “Pois conheceis a graça de nosso
Senhor Jesus Cristo, que sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que,
pela sua pobreza, vos tornásseis ricos” (2Co 8.9).
Jesus renunciou tudo, até mesmo sua
própria vida (Jo 10.11).
Jesus era tão pobre que tomou
emprestado um lugar para nascer, uma casa para pernoitar, um barco para pregar,
um animal para cavalgar, uma sala para reunir e até mesmo um túmulo para ser
sepultado.
Em terceiro
lugar, ele renunciou
sua glória celestial. Ele tinha glória com o Pai antes que houvesse mundo (Jo
17.5).
Mas, voluntariamente deixou a companhia
dos anjos e veio para ser perseguido e maltratado pelos homens.
De um estado eterno de deleite, na
própria presença do Pai, voluntariamente desceu a este reino de miséria a fim
de armar sua tenda com os pecadores.
Ele, em cuja presença os serafins
cobriam o rosto, o objeto da mais solene adoração, voluntariamente desceu a
este mundo, onde foi “desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de
dores e que sabe o que é padecer” (Is 53.3).
É surpreendente
refletir que Paulo tenha escrito sobre esse sublime mistério da humilhação de
Cristo simplesmente para ensinar a igreja de Filipos acerca da humildade nos
relacionamentos.
Será que haveria pessoas em Filipos que
deveriam aprender a doar, a ceder, tornarem-se humildes, mas que de alguma
maneira encontrariam dificuldades em por em prática?
“Esvaziar-se”, renunciar a si mesmo, abrir mão
de algo, tornar-se pequeno – Será que ainda seria difícil agir assim depois de
ouvir acerca do exemplo de Jesus e da forma com que ele abriu mão do que tinha:
passando da forma divina para figura de escravo?
É justamente por isso. Não para
escrever capítulos de uma obra doutrinária, que Paulo mostra Jesus aos
filipenses.
3.
Ele serviu (2.7)
O eterno Filho de Deus não nasceu num
palácio. O Rei dos reis não nasceu num berço de ouro nem entrou no mundo por
intermédio de uma família rica e opulenta; ao contrário, nasceu num berço
pobre, numa família pobre, numa cidade pobre.
Jesus nasceu numa manjedoura, cresceu
numa carpintaria e morreu numa cruz. Ele não veio ao mundo para ser servido,
mas para servir (Mc 10.45).
Jesus não pensou nos outros apenas de
forma abstrata; ele assumiu a forma de servo, ele serviu.
A palavra “forma” aqui é novamente morphe, uma forma absoluta. Jesus não
fingiu ser um servo. Ele não foi um ator no desempenho de um papel.
Ele de fato foi servo! A única pessoa
no mundo que tinha razão de fazer valer seus direitos, os renunciou.
E foi Cristo Jesus mesmo que disse:
“Pois, no meio de vós, eu sou como quem serve” (Lc 22.27).
Jamais algum servo serviu com mais
imutável lealdade, abnegada devoção e irrepreensível obediência do que Jesus.
Jesus serviu aos pecadores, às
meretrizes, aos cobradores de impostos, aos doentes, aos famintos, aos tristes
e enlutados.
Quando seus discípulos, no cenáculo,
ainda alimentavam pensamentos soberbos, ele pegou uma toalha e uma bacia e
levou os seus pés (Jo 13.1-13).
4.
Ele se sacrificou (2.8)
Muitas pessoas estão prontas a servir
outros, se isso não lhes custar nada. Mas se há um preço a pagar, então muito
facilmente perdem o interesse.
Jesus Cristo serviu sacrificialmente e
foi obediente até à morte e morte de cruz.
Cristo já havia se esvaziado e se
humilhado quando ele se fez homem. Depois desceu mais um degrau nessa escalada
da humilhação, quando assumiu a forma de servo; até chegar às profundezas da
humilhação quando suportou a morte e morte de cruz.
Por seu sacrifício, ele transformou
esse horrendo altar de morte no símbolo mais glorioso do cristianismo.
A cruz de Cristo é a grande ênfase de toda a
Bíblia, tanto do Velho como do Novo Testamento (Lc 24.25-27).
Dois quintos do Evangelho de Mateus são
dedicados à última semana de Jesus em Jerusalém.
Mais de três quintos do Evangelho de
Marcos, um terço do Evangelho de Lucas e quase a metade do Evangelho de João
dão a mesma ênfase.
O apóstolo João fala da crucificação de
Cristo como “a hora” vital para a qual Cristo veio ao mundo e seu ministério
foi exercido (Jo 2.4; 7.30; 8.20; 12.23; 12.27; 13.1; 17.1).
O mesmo autor diz que Cristo morreu
para remover o pecado, satisfazer a justiça divina e revelar o amor de Deus.
A morte de cruz tinha três
características:
Em primeiro
lugar, ela era algo
extremamente doloroso. Era a pena de morte aplicada apenas aos escravos e aos
piores criminosos. Havia um ditado que dizia que uma pessoa crucificada morria
mil mortes. Muitas vezes, o crucificado passava vários dias pregado na cruz e
morria lentamente com câimbras, asfixia e atrozes.
Em segundo
lugar, ela era
ultrajante. A pessoa condenada era açoitada da forma mais sangrenta possível, insultada
e cuspida e, depois, tinha que carregar a cruz debaixo do escárnio da multidão
até o lugar da sua execução, onde era colocada da maneira mais vergonhosa.
Em terceiro
lugar, ela era
maldita. Uma pessoa que era dependurada na cruz era considerada maldita (Dt
21.23; Gl 3.13).
Assim, enquanto Jesus estava cravado
ali na cruz, embaixo, Satanás e suas hostes o assaltavam; em volta os homens o
escarneciam; de cima, Deus o cobria com um manto de trevas, símbolo de maldição
e de dentro gritava amargamente: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”
De fato, Cristo desceu a este inferno, o inferno do Calvário e do sofrimento
terreno.
O Senhor da Igreja consentiu em
terminar sua vida num patíbulo romano e do ponto de vista judaico, morrer sob
condenação divina.
Mas, não devemos olhar a morte de
Cristo na cruz apenas sob a perspectiva do sofrimento físico.
A grande questão é: por que ele morreu na
cruz? Cristo não foi para a cruz porque Judas o traiu por ganância, porque os
sacerdotes o entregaram por inveja ou porque Pilatos o condenou por covardia.
Ele foi para a cruz porque o Pai o entregou
por amor e porque ele a si mesmo se entregou por nós. Ele morreu pelos nossos
pecados (1Co 15.3).
Nós o crucificamos. Nós estávamos lá no
Calvário não como platéia, mas como agentes da sua crucificação.
A cruz de Cristo é a maior expressão do
amor de Deus por nós e a mais intensa expressão da ira de Deus sobre o pecado.
O pecado é horrendo aos olhos de Deus.
A santa justiça de Deus exige a punição do pecado.
O salário do pecado é a morte. Então, Deus num
ato incompreensível de eterno amor, puniu o nosso pecado em seu próprio Filho,
para poupar-nos da morte eterna.
Na cruz Jesus bebeu sozinho o cálice
amargo da ira de Deus contra o pecado. Na cruz Jesus foi desamparado para
sermos aceitos e amparados por sua graça divina.
Ele não desceu da cruz para podermos
subir ao céu. Ele se fez maldição na cruz para sermos benditos de Deus. Ele
morreu a nossa morte para vivermos a sua vida.
Mas a trajetória de Jesus não se
resumiu apenas a sua humilhação.
II. A
EXALTAÇÃO DE CRISTO (2.9-11)
1.
É obra de Deus (2.9)
O apóstolo Paulo faz uma transição
daquilo que Cristo fez para aquilo que Deus fez para ele e por ele.
O mesmo que se humilhou foi exaltado e
essa exaltação lhe foi dada pelo Pai. O caminho da exaltação passa pelo vale da
humilhação; a estrada para a coroação, passa pela cruz.
Deus exalta aqueles que se humilham.
Foi por causa do sofrimento da morte que essa recompensa lhe foi conferida.
Deus não deixou Cristo na sepultura,
mas levantou-o da morte, levou-o de volta ao céu e o glorificou (At 2.33; Hb
1.3).
Deus deu a Jesus “toda autoridade no céu e na
terra” (Mt 28.18). Deu a ele autoridade para julgar (Jo 5.27) e ser senhor de
vivos e de mortos (Rm 14.9), fazendo-o assentar à sua destra, acima de todo
principado e potestade, constituindo-o a cabeça de toda a igreja (Ef 1.20-22).
Então porque Jesus se humilhou, ele foi
exaltado. E o que Ele experimentou é a perfeita
ilustração de sua própria afirmação: “… todo o que se exalta será humilhado;
mas o que se humilha será exaltado” (Lc 18.14b).
Os homens o cuspiram, mas Deus o
exaltou. Os homens zombaram do seu nome, mas o Pai lhe deu o nome que está
acima de todo nome.
E é pelo fato de ele ter recebido um
nome que está acima de todo nome que a exaltação de Cristo se constitui incomparável
(2.9).
Pense por um só instante, é por meio desse nome que os enfermos são curados At 3.6: "E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda."
Os perdidos são salvos At 4.12: "E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos."
Os crentes são perdoados 1Jo 2.12: "Filhinhos, escrevo-vos, porque pelo seu nome vos são perdoados os pecados."
Os cativos são libertos Lc 10.17: "E voltaram os setenta com alegria, dizendo: Senhor, pelo teu nome, até os demônios se nos sujeitam."
As orações são respondidas Jo 16.23b: "Na verdade, na verdade vos digo que tudo quanto pedirdes a meu Pai, em meu nome, ele vos dará."
Cl 3.17: "Tudo o que fizerem, seja em palavra seja em ação, façam-no em nome do Senhor Jesus, dando por meio dele graças a Deus Pai."
A grande ênfase do Novo Testamento é sobre o senhorio de Cristo sobre tudo e sobre todos. O Filho de Deus é chamado de Senhor mais de seiscentas vezes no Novo Testamento.
Somente os que confessam que Jesus é
Senhor podem ser salvos. A Bíblia diz que quem tem o Filho tem a vida.
2.
É uma exaltação que exige rendição de todos (2.10)
Haverá um tempo, e diga-se de passagem,
não falta muito para que esse tempo chegue, em que no seu regresso em glória,
Jesus será adorado por todos os seres já criados em todas as eras e em todos os
setores do universo.
Os anjos e os seres humanos redimidos
farão isso com intenso regozijo, enquanto os que forem condenados farão isso
com profundo desespero e remorso (Ap 6.12-17).
A aclamação final do universo,
consistirá em um reconhecimento comum e unânime de todos os seres de que Jesus
Cristo é o Senhor!
Na sua segunda vinda todo o joelho vai
se curvar diante do poderoso nome de Jesus no céu (os anjos e os remidos), na
terra (os homens) e debaixo da terra (demônios e condenados).
Quão imensurável será o júbilo daqueles
que forem salvos ao se ajoelharem diante de Jesus. De igual maneira, que grande
pavor cairão de joelhos aqueles que passaram orgulhosamente por ele ou o
rejeitaram!
Aqueles que amam a Jesus e
verdadeiramente o seguem tem consciência disso e se regozijam nesse fato, mas
milhões de pessoas no mundo negam o fato de que Jesus é o Rei coroado e somente se
prostrarão aos seus pés quando ele se manifestar em glória.
Naquele dia todo joelho vai se dobrar,
toda língua vai confessar que Jesus é Senhor, mas nem todos serão salvos.
3.
É uma exaltação proclamada universalmente (2.11)
Toda língua vai confessar que Jesus é
Senhor. Ele é o Rei dos reis, o Senhor dos senhores, o Todo-poderoso Deus,
diante de quem os poderosos deste mundo vão ter que se curvar e confessar que
ele é Senhor.
Aqueles que zombaram dele, vão ter que
confessar que ele é o Senhor. Aqueles que o negaram e nele não quiseram crer,
vão ter que admitir e confessar que ele é Senhor.
Essa confissão será pública e
universal. Todo o universo vai ter que se curvar diante daquele que se
humilhou, mas foi exaltado sobremaneira!
Isso não significa, obviamente, que
todas as pessoas serão salvas. Somente aqueles que agora em vida reconhecem que
Jesus é o Senhor o confessam como tal serão salvos (Rm 10.9).
Porém, na segunda vinda de Cristo
nenhuma língua ficará silenciosa, nenhum joelho ficará sem se dobrar. Toda as
criaturas e toda a criação reconhecerão que Jesus é Senhor (2.11; Ap 5.13).
A exaltação de Jesus tem dois
propósitos claros:
Em primeiro
lugar, que todos,
em todo o universo reconheçam o senhorio de Jesus Cristo.
Deus o exaltou, o fez assentar à sua
destra e o constitui o Senhor absoluto do todo o universo. O senhorio de Cristo
foi a grande ênfase da pregação apostólica em todo os Novo Testamento (At 2.36;
Rm 10.9; Ap 17.14; 19.16).
Em virtude do poder e majestade de
Jesus Cristo, e pelo reconhecimento de que ele é o Senhor, toda língua o
proclamará.
Pense nos termos pelos quais temos o
privilégio de darmos glória a ele.
Pense sobre seus nomes. Jesus Cristo é
o Maravilhoso Conselheiro, o Deus Forte, o Pai da Eternidade, o Príncipe da
Paz.
Ele é o Messias, o Senhor, o Primeiro e
o Último, o Começo e o Fim, o Alfa e o Ômega, o Ancião de Dias, o Rei dos reis
e o Senhor dos senhores, o Deus conosco, Aquele que era, que é e que há de vir.
Ele é chamado de a Porta das Ovelhas, o
Bom Pastor, o Bispo das nossas almas.
Ele é o Cordeiro sem defeito e sem
mácula, o Cordeiro imolado antes da fundação do mundo.
Ele é a Palavra, a Luz do Mundo, a Luz
da Vida, a Árvore da Vida, o Pão que desceu do céu, a Ressurreição e a Vida, o
Caminho, a Verdade, e a Vida.
Ele é a Rocha, o Noivo, a Sabedoria de
Deus, nosso Redentor.
Ele é o Cabeça de todas as coisas, o
Amado em quem Deus tem todo o seu prazer.
E agora eu pergunto: Jesus Cristo é para
você todas essas coisas? Se Jesus representa todas essas gloriosas verdades
para você, então, seus joelhos se dobrarão e sua língua confessará que ele é
Senhor para a glória de Deus Pai.
Em segundo
lugar, que o Pai
seja glorificado pela exaltação do Filho. propósito final de todas as coisas é
a glória de Deus (1Co 10.31). Paulo havia advertido contra o pecado da
vanglória (2.3).
Toda a glória que não é dada a Deus é
glória vazia, é vanglória. Cristo se humilhou e suportou a cruz para a glória
de Deus (Jo 17.1). Ele ressuscitou e foi exaltado para a glória de Deus (2.11).
CONCLUSÃO
Toda a vida e obra de Jesus não apontam
para sua glória pessoal, mas objetiva a glória do Pai.
Jesus atrai os homens para si para
poder levá-los a Deus.
Na igreja de Filipos havia alguns que tinham
o propósito de satisfazer suas ambições egoístas e permanecer na mais dura
arrogância.
Porém, o único propósito de Jesus era
servir a outros em humildade ainda que isso tenha lhe custado a maior de todas
as renúncias.
Enquanto alguns membros da igreja de
Filipos queriam ser o centro das atenções, Jesus queria que o único centro da
atenção fosse o próprio Deus.
Assim, também, o seguidor de Cristo
nunca deve pensar em si mesmo, senão primeiramente no seu irmão; não deve
buscar sua própria glória, senão antes de qualquer coisa a glória de Deus.
Que Deus então nos abençoe com corações
humildes semelhantes ao de Jesus e que Ele seja sempre glorificado em nosso
meio.
Soli deo
Glória!
Ministrado por:
Alysson Diniz