Deixa eu te dizer...

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Orando como Jesus - Marcos 1.35-37


Era bem cedo. O hóspede da casa de Simão Pedro levantou-se quietamente e deslocou-se às ruas frias e ainda escuras da cidade de Cafarnaum. Fazendo seu caminho junto às alamedas desertas, deixou a cidade e encontrou um lugar onde poderia estar sozinho. Contudo, Ele não estava realmente sozinho; passava aquelas primeiras horas da manhã com seu Pai celestial.
Aquelas preciosas horas de conversa com seu Pai foram abruptamente interrompidas por um Pedro inquieto. Podemos quase ouvir a pergunta exasperada: “Onde esteve? Estávamos procurando por você em toda parte!”
Quem era aquele homem que dedicava suas primeiras horas da manhã à oração?
Obviamente estamos nos referindo a Jesus.
Você já notou que Jesus orava muito? Já se perguntou por quê?
Certa vez John R. W. Stott disse o seguinte: Todo cristão sabe pelo menos duas coisas sobre a oração.
-Que ela é absolutamente necessária, pois o próprio Jesus ensinou sobre o dever de “orar sempre e nunca esmorecer” – Lc. 18:1.
-E que é muito difícil vigiar e orar, afinal de contas “o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” – Mt. 26:41.
Em nossa vida essas duas realidades estão continuamente em conflito. Às vezes o reconhecimento de que a oração é indispensável nos ajuda a vencer as dificuldades. Em outros momentos as dificuldades nos levam a esquecer como é importante a oração. Estas palavras de Stott retratam a nossa situação. Por isso precisamos de ajuda em nossa vida de oração.
Nós, cristãos, na realidade somos muito diferentes uns dos outros. Assim também cada um de nós carrega experiências na vida cristã e de oração diferentes umas das outras. Mas creio que todos aqui presentes já experimentaram algo semelhante: como, a dificuldade de permanecer numa constante vida de oração.
Muitas vezes estamos tão cheios de tarefas, de ocupações do dia a dia, que o menor tempo de paz e tranquilidade nós queremos dedicar a nós mesmos em forma de repouso ou descanso. Desta forma acabamos protelando aquilo que tanto confessamos ser importante mas nunca praticamos na realidade.
Hoje a palavra de Deus quer nos oferecer auxílios para um encontro com Deus na oração e na vida diária. Como cristãos nosso guia para a vida cotidiana consiste na seguinte verdade: “Nisto sabemos que estamos nele: aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou” (1 João 2.5b-6).
Como essa verdade nos impacta, na esfera do sermos “homens e mulheres de oração”, ou ainda mais, na esfera de sermos uma "igreja de oração", enquanto vivemos nossa vida cotidiana em nossa família, escola, trabalho, igreja e comunidade?

Vamos juntos analisar o perfeito exemplo de Jesus para que de alguma maneira possamos absorver tudo que se faz necessário para um autentico cristianismo hoje.

Como era a vida de oração de Jesus?
Jesus orava sempre
Os evangelhos registram muitos relatos de Jesus orando. Sem dúvida, Jesus orou muitas outras vezes que não foram testemunhadas pelos escritores dos evangelhos.
A oração era a atmosfera habitual da vida diária de Jesus.
Considere algumas das ocasiões nas quais Jesus orou.
Ele orou em seu batismo, no início de seu ministério público (Lucas 3.21).
Ele orou antes de um dia de ministério atarefado e frutífero (Marcos 1.35-39).

Jesus também orou no fim de um dia cheio de ministrações e milagres (Lucas 5.15-16).
Jesus orou antes de tomar uma decisão maior, tal como a escolha dos doze apóstolos (Lucas 6.12).
Ele orou em suas poucas e últimas horas com seus discípulos (João 17).
Orou na noite anterior à sua ida para a cruz – durante o tempo de sua mais severa provação, no Jardim do Getsêmani (Lucas 22.39-46).
Também vemos Jesus orando durante a sofrida angústia na cruz.
E por fim, Jesus morreu orando (Lucas 23.34,46).
Diferentemente de muitos de seus seguidores, Jesus orou não somente quando as pessoas estavam observando e ouvindo, mas também quando ninguém O havia notado.
Lucas nos informa: “Ele, porém, se retirava para lugares solitários e ali orava” (Lucas 5.16).
Ele sempre orava quando a única audiência que tinha era seu Pai celestial.

Jesus orou apaixonadamente
A oração não era um mero ritual sem sentido ou vazio para Jesus.
Veja a descrição que Lucas faz a respeito de Jesus orando: “[...E, estando em agonia, orava ainda mais intensamente.  E aconteceu que o seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra.]” (Lucas 22.44).
O autor aos Hebreus relata: “Ele, Jesus... tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas...” (Hebreus 5.7).

Jesus orou insistentemente
Ele parecia compelido a orar. Às vezes, se levantava às três ou quatro horas da manhã para orar (veja Marcos 1.35, por exemplo).
Ainda que Jesus levasse uma vida muito ocupada, com muitas pessoas demandando seu tempo, Jesus sempre tinha tempo para orar.

Jesus orava demoradamente
Algumas vezes, Jesus oferecia orações curtas a seu Pai celestial, mas em outras ocasiões, orava por longos períodos de tempo – às vezes, por horas.
De fato, Lucas relata uma ocasião em que Jesus “retirou-se para o monte, a fim de orar, e passou a noite orando a Deus” (Lucas 6.12).

Gostaria de perguntar a você que está lendo esse texto: Por que Jesus orava?

Há muitos anos atrás, um autor do século dezenove, chamado William Blaikie, fez uma observação que sem dúvida expressa os sentimentos de muitos leitores dos relatos dos evangelhos.
Ele escreveu: “Embora a devoção de Jesus à oração seja bela em si mesma, quando pensamos em quem Ele era, isso de alguma forma ainda nos surpreende”.
Semelhantemente, o teólogo batista do século dezenove, John Broadus, disse: “Se algum ser humano fosse capaz de ficar sozinho no universo, sem se firmar em Deus, isto realmente teria sido verdade para Ele [Jesus]”.
Em outras palavras, se já existiu alguém que andou por este planeta, e que não precisava orar, este foi Jesus.
Não obstante, se existiu alguém cuja vida foi marcada pela devoção, este, também, foi Jesus.
E é partindo desse principio, que somos confrontados por esta pergunta: “Por que Jesus orava?”.

Jesus queria orar
Expressando de modo simples, Jesus orava porque queria. Jesus disse: “O Pai ama ao Filho” (João 5.20).
Jesus estava totalmente convicto a respeito do amor de seu Pai e, por sua vez, também amava seu Pai.
Às vezes, Jesus orava para ter “comunhão” com seu Pai Celestial, que o amava “antes da fundação do mundo” (João 17.24).
James Stewart, um pregador escocês, comentou: “Jesus sempre se voltava para Deus, não por causa de alguma dádiva que precisava, mas simplesmente por amor à própria comunhão com Deus”.
Pense se seu filho quisesse conversar com você somente nos momentos em que ele precisasse de alguma coisa.
Estabelecendo uma relação estritamente interesseira.
Que tipo de filho faria tal coisa?
Um filho amoroso, dirige-se a seu pai pelo puro prazer do relacionamento pessoal entre os dois.
As orações de Jesus eram sempre dirigidas com ternura (e respeito), com “Pai” ou “Pai Santo”.
“Jesus amava a Deus, seu Pai, de modo tão completo e intenso que não podia suportar estar longe dEle, mas usava cada oportunidade que os dias e noites Lhe traziam para falar novamente de seu amor a Deus.”

Jesus sentia a necessidade de orar
Ouça o que diz em Hebreus 5.7: “Ele, Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte e tendo sido ouvido por causa da sua piedade”.
A frase “nos dias da sua carne”, significa literalmente “nos dias de sua vida terrena”. Em outras palavras, Jesus orava porque era homem – um verdadeiro ser humano.
Como disse J. Oswald Sanders: “Embora sendo realmente divino, sua deidade de modo algum afetou a realidade de sua natureza humana.
Suas orações eram tão reais e intensas como alguém jamais poderia oferecer”.
Em outras palavras, Jesus orava porque, como ser humano, estava totalmente ciente de sua dependência de seu Pai celestial.
Por exemplo, Ele sentiu necessidade de sabedoria ao tomar decisões, então foi ao seu Pai celestial para pedi-la.
Precisou ser fortalecido por seu Pai, e pediu isto nos momentos em que teve de fazer milagres e quando tinha de resistir aos ataques de Satanás.
Uma explicação primária para o surpreendente poder e sabedoria vistos no ministério terreno de Jesus é que Ele percebia sua total dependência do Pai celestial, e ia àquela única verdadeira Fonte para ser suprido.
Jesus orava não apenas porque queria, mas também porque necessitava.
A vida de oração para Jesus era tão necessária quanto o alimento para o corpo.

E quanto a nossa vida de oração?
Quais devem ser nossos hábitos de oração?
Reconsideremos alguns mandamentos da Escritura:
“Sede... na oração, perseverantes” (Romanos 12.12).
“Orando em todo tempo no Espírito” (Efésios 6.18).
“Perseverai na oração” (Colossenses 4.2).
“Orai sem cessar. Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” (1 Tessalonicenses 5.17-18).
Isto é o que a Palavra de Deus ordena que façamos, mas quais realmente são nossos hábitos cotidianos de oração?
Oramos somente quando outras pessoas nos estão observando e ouvindo?
Oramos somente quando somos colocados contra a parede, não havendo a menor possibilidade de escapar?
Se é assim, precisamos ser corrigidos pelas palavras de Jesus, quando disse:
“Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto” (Mateus 6.6).
Charles H. Spurgeon, o bem conhecido pastor do século dezenove, no Tabernáculo Metropolitano de Londres, disse certa vez num sermão: “Se você não ora sozinho, você não ora de modo nenhum”.
Essa afirmação, é um indicativo de que nossa relação com Deus através da oração precisa ser sincera e autentica, não maquiada de um superficialismo vazio.
Jesus sempre falava com o Pai, abrindo de forma clara e transparente tudo aquilo que se passava consigo mesmo.
Precisamos olhar para Jesus e perceber que a oração não é algo para ser praticado simplesmente a vista dos outros.
Tal como Andrew Murray escreveu num devocional: “Em sua vida de doce oração, meu Salvador é meu Exemplo”.

Ouça bem o que tenho a dizer: Por que nossa vida de oração não é como a vida de oração de Jesus, nosso Salvador e Exemplo?
Sendo quem Ele era, viveu tão intensamente a oração, o que dirá de nós mesmos, meros pecadores?
Um dos pretextos mais comuns é: “Sou muito atarefado para orar”.
Contudo, Nosso Senhor Jesus não tinha uma vida atarefada?
Os dias de Jesus eram enfaticamente mais atarefados e cheios do que os nossos dias.
De qualquer modo, a desculpa: “Estou realmente muito ocupado para orar” não parece sustentável quando nos comparamos com nosso Redentor e Modelo, Jesus Cristo.
“Fazemos das ocupações uma razão para não orarmos. Enquanto, Jesus fez delas uma razão para orar”.
Para verdadeiramente avaliarmos nossa própria falta de oração, seria sábio (mesmo que doloroso) revermos as razões de Jesus para ter uma vida de oração.
Se a maior razão para que Jesus orasse é simplesmente que Ele queria orar, então, é possível que nossa falta de oração revele uma falta de desejo de orar!
 Honestamente, algo está gritando dentro de nós: “Eu não tenho vontade de orar. Eu realmente não quero orar agora"
A falta de devoção é um sintoma claro de algo ainda mais profundo; uma queda da nossa afeição pelo Senhor.
Muito de nossa oração deve ser motivada pelo desejo de comunhão com Deus, vindo da plenitude de nosso coração, e não meramente vindo de nosso senso de necessidade.
Se estamos orando pouco, é bem provável que nosso amor a Deus tenha se esfriado ou que nossa confiança em seu amor tenha sido esquecida.
A falta de comunicação com Deus é um sinal de que o relacionamento se tornou distante, muito semelhante ao triste relacionamento de um casal que raramente tem conversas significativas.
Falta de devoção é sempre um sintoma de um problema mais grave, um distanciamento do Deus que nos comprou com o sangue de seu precioso Filho.
Escute bem: Não sentir vontade de orar deve ser a exata razão do por que temos de orar!
Devemos nos aproximar de nosso Pai celestial, e que ao nos achegarmos mais próximo d'Ele, nosso relacionamento seja reavivado.
Hebreus 4.16 “Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna”
Se Jesus passava tanto tempo em oração porque necessitava, o que isso nos diz a respeito de nossa própria falta de devoção?
Pensamos que não precisamos orar? Que podemos “fazer tudo por nós mesmos”? Que podemos realmente fazer as coisas bem, sem o auxílio de Deus?
Isto é bastante constrangedor para admitirmos, mas é a verdade, não é?
Uma razão maior para nossa falta de oração poderia ser uma desagradável atitude de auto-suficiência.
“Nunca estamos tão distantes de Deus como quando estamos intoxicados pelo orgulho”.
Se Jesus precisou orar “nos dias da sua carne”, quanto mais nós precisamos trilhar diariamente nosso caminho até a presença do nosso Soberano Pai celestial!
Entenda de uma vez por todas.
Falta de devoção não é um problema irrelevante.
Raramente é uma questão de mera ocupação ou cansaço, ou falta de disciplina.
Frequentemente, a falta de devoção é uma questão de indiferença ou uma atitude de auto-suficiência.
Tem sempre a ver com não querermos orar ou pensarmos que não precisamos orar.
A falta de oração revela um problema com o cerne de nossas convicções e valores.
Orgulho e auto-suficiência são a própria essência do pecado em si – inclusive do pecado da falta de devoção.

O que devemos fazer a respeito de nossa falta de devoção?

Confessar
Primeiro, devemos confessar nossa falta de devoção como sendo aquilo que realmente é – um pecado grave que afeta diretamente a nossa relação com o Senhor.
Ou há alguém aqui que pense diferente disso?
Negligenciar a pratica da oração é uma desobediência aos claros mandamentos descritos na Palavra de Deus, e é totalmente diferente do exemplo de nosso Salvador.
Somente quando entramos na presença do Rei da Glória e do Universo é que nosso orgulho é “abatido e desarraigado”.
Oh, que conforto saber que “se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 João 1.9).

Arrepender-se
Em seguida, precisamos nos arrepender. Precisamos ter uma mudança de pensamento que leve a uma genuína mudança na vida diária.
Quando nos pegarmos afirmando: “Podemos continuar sem Deus nisso”, precisamos de uma mudança em nosso pensamento, até que digamos: “Oh, Senhor, como precisamos de Ti! Nada podemos fazer sem Ti!”.
Ao pensarmos que podemos resolver as coisas por nós mesmos, devemos ouvir a pergunta de Deus a Jó: “Onde estavas tu, quando eu lançava os fundamentos da terra?” (Jó 38.4).
Ao pensarmos em nós mesmos como auto-suficientes, devemos nos recordar da pergunta do apóstolo Paulo: “E que tens tu que não tenhas recebido?” (1 Coríntios 4.7).
Quando por insensatez pensarmos que podemos ir ao mundo para termos nossas necessidades supridas, devemos mudar tal pensamento, lembrando-nos: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto” (Tiago 1.17).

Orar
E, finalmente, é claro, precisamos orar. Devemos “fazer” tempo para orar. Como nosso Senhor, nossa vida deve ser marcada pela oração particular, fervorosa, insistente e até (por vezes) demorada.
Concluímos nesta noite que quando aceitamos a Cristo como Senhor e Salvador de  nossas vidas.
E então, vivenciamos a  comunhão com Deus e com nossos irmãos.
A prática da oração se torna uma parte inegociável em nossa vida.
Sempre reconhecendo a nossa completa dependência do Senhor e que um minimo afastamento da sua presença poderá acarretar situações catastróficas em nosso meio.
Esta compreensão fará toda a diferença em nós.
"Aquele que tem ouvidos para ouvir, Ouça o que o Espirito diz a Igreja."

Hino CC 155 - O Grande Amigo

Em Jesus amigo temos,
Mais chegado que um Irmão;
Ele manda que levemos
tudo a Deus em Oração!
OH! que paz perdemos sempre,
OH! que dor no coração,
Só porque nós não levamos
Tudo a Deus em Oração!
Temos lidas e pesares
E na vida tentação;
Não ficamos sem conforto,
Indo a Cristo em oração
haverá um outro amigo
De tão grande compaixão?
Os contritos Jesus Cristo
Sempre atende em oração

E se nós desfalecemos,
Cristo estende-nos a mão,
Pois é sempre a nossa força
E refúgio em oração.
Se este mundo nos despreza,
Cristo é nosso em oração;
em seus braços nos acolhe
E nos dá consolação!

Nossa confiança está depositada NELE para que as nossas orações sejam ouvidas e respondidas.
Renda-se como nosso Mestre se rendeu a uma vida de oração, totalmente entregue aos cuidados do nosso Pai Celestial, que nos ama e tem planos maravilhosos para cada um de nós.

Alysson Diniz R