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sábado, 2 de setembro de 2017

Lute Contra o Mundanismo - I João 2.15-17


A Palavra de Deus nos adverte a não nos apegarmos a este sistema mundial com suas concepções de sucesso e glória; maldades e corrupções.
Mas a nos apegarmos de fato àquilo que representa a vontade de Deus para nós. Vivermos uma vida separada, distante das paixões mundanas.
Durante algum tempo, Deus tem me falado muito a respeito do tipo de cristianismo que temos vivenciado em nossos dias.
E como deve ser o nosso comportamento mediante aos ensinamentos da Palavra.
Ao longo deste tempo tenho percebido como muitos têm sido levados para longe de uma vida autenticamente separada para o Senhor.
Tudo por simplesmente viverem se preenchendo daquilo que a Palavra considera como passageiro e que não tem origem no próprio Deus.

John Wesley – “A conversão tira o cristão do mundo; a santificação tira o mundo do cristão.”
E de uma forma ou de outra, aquilo que conhecemos por mundanismo tem-se incorporado a igrejas e famílias cristãs de tal maneira que vemos seus sinais na vida de muitos que fazem parte dela.
O dia 20 de março de 1995 ficará para sempre marcado na memória dos japoneses.
Nesse dia, uma seita conhecida como “Verdade Suprema”, utilizou um tipo letal de gás, para contaminar toda uma rede subterrânea de metrô em Tóquio, liberando uma quantidade suficiente para matar 12 pessoas e expor a outras 5 mil aos seus efeitos.
Um gás invisível, mas extremamente letal.
Assim é o mundanismo – uma arma poderosa usada por Satanás para abalar as estruturas de muitas familias ou igrejas, que consequentemente tem experimentado um esfriamento espiritual, um cristianismo superficial e/ou um afastamento da Palavra.
Chega a nossa mente e em nosso coração de forma sorrateira, subtraindo a santidade que Deus deseja para familias e igrejas.
Se esta não tem sido a realidade de nosso contexto, com certeza é para muitos e por isso se torna um alvo para cada uma das nossas orações.
O dicionário bíblico define “mundano” como aquele que busca satisfação nos bens e prazeres deste mundo.
Mas veremos neste estudo que o conceito de mundano e de mundanismo transcende a mera definição dessas palavras.
Algo que se faz necessário salientar, é o ideal de Deus: a nossa santificação.
O ideal de Deus para sua igreja e a família é a santificação; isso porque, em primeiro lugar, ele é santo.
O Novo dicionário da Bíblia afirma: “Santidade, tanto no Antigo como no Novo Testamento, é atributo que, no seu sentido mais elevado, se aplica a Deus. Denota em primeiro lugar, o fato de estar separado da criação e de estar acima da mesma. Dessa maneira, estabelece a transcendência de Deus. Yahweh é o Santo que faz um alto contraste com os deuses falsos e com a criação inteira.”
Ainda sobre a santidade cristã, convém afirmar que se trata de um imperativo dado por Deus.
Filipenses 4.3a,7 “A vontade de Deus é esta: a vossa santificação. Pois Deus não nos convocou para a impureza, mas sim para a santificação.”
I Pedro 1.16 – “Porquanto está escrito: ‘Sede santos, por que Eu Sou santo’.”
Qualquer tentativa de andar na contramão destas palavras denota um ato insano de negligencia e uma atitude contrária a vontade de Deus para a nossa vida, e para os membros de nossa família ou igreja.

A origem do mundanismo

A origem do mundanismo está em Gênesis 3, quando a Bíblia relata a queda da humanidade.
A partir desse momento, o homem procurou amar o mundo, não o Pai, buscar o prazer da carne e dos olhos, que a Bíblia chama de “concupiscência”, e viver uma vida de arrogância e orgulho, que a Bíblia identifica como “soberba da vida”.
Ao exortar os cristãos a não amarem o mundo nem o que nele há (I Jo. 2.15,16), a Palavra de Deus está se referindo a não esposar seus valores e conceitos, não seguir seus caminhos incertos e, tampouco, experimentar os enganosos prazeres que o mundo oferece.
Em síntese, devemos nos afastar de tudo quanto Deus odeia e que ofende a sua santidade.
A palavra “mundo” aqui empregada por João tem, na língua grega, a idéia de sistema e pode significar a humanidade organizada em rebelião contra Deus.
Este sistema pode estar presente, na música, na pintura, no teatro, na dança, na escultura, na literatura, nas ciências, na política, no comércio, nas leis, na educação, enfim em todas as áreas de interesse em que o homem se faz presente, como bem lembrou Watchman Nee, em seu livro Não Ameis o Mundo.
Quando se busca os valores do mundo, há naturalmente o anseio por incluir os desejos impuros da carne (concupiscência da carne) que é a busca desenfreada da gratificação sensual.
I Coríntios 6.18 – “Fugi da imoralidade. Qualquer outro pecado que o homem comete é fora do corpo; mas quem pratica a imoralidade peca contra o seu próprio corpo.”
E também a concupiscência dos olhos, que é a cobiça, o desejo desenfreado pelas coisas que são atraentes aos olhos, que em seu âmago é um desejo não proveniente de Deus e, por conseqüência, não tem a aprovação dele.

Em termos práticos, pode ser contemplar pornografia, valorizar literaturas picantes ou se divertir com cenas teatrais onde reina a imoralidade.
Cobiçar bens materiais para um simples desfrutar egoísta, tanto quanto a mera fama ou o sucesso que o mundo oferece.
No que diz respeito à “soberba da vida”, a idéia é cultivar o orgulho, a arrogância ou a altivez. Denota aquele fanfarrão que exagera no que possui a fim de impressionar as pessoas.
Tudo isso é pecado, e de uma forma ou de outra, mina a vida e a saúde espiritual da família e da igreja, quando se tolera tais comportamentos ou atitudes, ou se fazem vistas grossas a tudo isso.
Meus irmãos o mundo hoje tem muito a oferecer a família, mas se não estivermos preparados, veremos com certeza as nossas família e as nossas igrejas se desintegrarem.
Existem muitas coisas para se envolver, mas o que há de melhor, sobretudo para a saúde da família e da igreja, está contido nas Escrituras.
No meio de uma geração corrompida e perversa, precisamos no preocupar em nos proteger do mundanismo que nos cerca e oferecer a Palavra de Deus dentro dos nossos lares.

O mundanismo na Bíblia

No Antigo Testamento há vários relatos que servem de alerta para o povo de Deus hoje.
Quando Deus orientou o povo de Israel a tomar posse da terra prometida, deixou claro que não deveria, de forma alguma, contaminar-se com as práticas repugnantes dos povos que habitavam aquela região (Dt. 18.9).
Os profetas denunciaram várias vezes que o povo de Israel estava desobedecendo a Deus ao praticar atos contrários a vontade dele.
Basta lembrar-se do caso de Oséias. O resgate que ele fez de sua mulher, que o deixara, adultera, amada por outrem, é um exemplo vivo, porém triste, de como Israel havia sido infiel para com seu Esposo, Deus, e como este estava disposto a demonstrar novamente seu amor por essa nação, resgatá-la de sua decadência moral e espiritual, e tomá-la de volta em seus braços (Os. 3.1-3).
O Livro de Esdras, por exemplo, relata um comportamento estranho do povo que bem retratava um claro exemplo de mundanismo. Estes reconheceram que foram infiéis para com Deus, fazendo aliança com mulheres estrangeiras de outros povos (Ed. 10.2).
No Novo testamento, um caso contundente de mundanismo pode ser observado na igreja de Corinto.
Essa igreja, infelizmente, tornou-se um exemplo negativo de como o mundanismo pode penetrar as igrejas e nas familias.
É possível notar como essa igreja foi tolerante com o mundanismo em seu seio.
Paulo relata um caso de incesto, envolvendo um membro dessa comunidade (I Co. cap. 5).
Anteriormente, Paulo já havia repreendido os membros da igreja de Corinto chamando-os de “carnais e mundanos” (I Co. 3.3).
Às vezes pensamos que o problema estava somente na igreja de Corinto como instituição, mas devemos sempre nos lembrar que o mundanismo de Corinto estava incrustado, acima de tudo, nas pessoas e nas famílias que faziam parte da igreja.
Havia naquela igreja famílias como às de Cloé, Crispo, Gaio, Estéfanas (I Co. 1.11,14-16).
Além dos pecados de divisão, partidarismo, incesto, Paulo também afirma que havia na igreja de Corinto casos de prostituição (I Co. 6.13-17) e ordenou que a imoralidade sexual (I Co. 6.18), anseio por divórcios (I Co. 7.13) e tantas outras praticas pecaminosas, fossem abandonadas.

As Conseqüências do Mundanismo

Quando o mundanismo se infiltra nas famílias e, por conseguinte, nas igrejas, muitos prejuízos são contabilizados.

O mundanismo fere a santidade de Deus

Deus se entristece quando um crente, uma família ou uma igreja abrigam em seu interior palavras, pensamentos e atitudes completamente mundanas.
Por isso Paulo exorta novamente os crentes de Corinto a aperfeiçoarem a santidade no temor de Deus.

II Coríntios 7.1 – “Amados, visto que temos essas promessas, purifiquemo-nos de tudo que possa contaminar o corpo e a alma, aperfeiçoando a santidade no temor de Deus.”
Mais adiante, o autor de Hebreus afirma que sem santificação ninguém verá o Senhor (Hb. 12.14).

Leva a derrota

Prestem bastante atenção ao que vou lhes dizer: Quando uma família cristã abriga o pecado, o mundanismo, em seu seio, a obra do Senhor e o avanço da igreja são prejudicados.
Basta lembrar o caso de Acã, em Josué, capitulo 7. O povo de Israel só voltou a experimentar a vitória quando o pecado foi revelado, a tenda purificada e todos se santificaram. 
Mundanismo na vida cristã ou na família é um entrave para o avanço, a expansão, da igreja de Cristo.
Outro exemplo claro está na vida de Davi. Seu ato mundano, de possuir uma mulher que não era dele, praticando assim adultério, foi o primeiro passo para experimentar derrotas deprimentes em sua família e em seu reinado (II Sm. 12.9-12).
Deus o perdoou daquele ato imundo, mas as conseqüências não tardaram a vir e foram severas demais para ele.

Enfraquece o testemunho cristão

Ainda lembrando aqui do caso de Corinto, existe uma frase que por muitas vezes passa despercebida.
I Coríntios 5.1 – “Por toda parte se ouve que há imoralidade entre vocês, imoralidade do tipo que nem mesmo entre os pagãos ocorre.”
E que palavras duras essas que o Apóstolo escreveu a respeito daqueles crentes!
A expressão grega porneia, aqui traduzida por “imoralidade”, significa todo tipo de impureza moral e indecência. O incesto era expressamente contra a Lei judaica e abominável entre os romanos.
Um antigo orador, chamado Cícero declarou que tal ato era desconhecido na sociedade romana de sua época.
A forma como Paulo descreve, faz supor uma atitude repugnante mesmo para os padrões mundanos daqueles que não criam em Deus (pagãos).
E é desta forma que o mundanismo enfraquece o testemunho da igreja.

Como Combater o Mundanismo

O papel da igreja - Pregar mais sobre a santidade de Deus

Pastores e Líderes juntamente com suas igrejas precisam ser identificados como defensores de um viver separado e agradável aos olhos de Deus.
Muitos tem se preocupado em pregar mensagens que atraem multidões para uma vida onde não é preciso conversão, basta ter fé e tudo que você mais sonha para esta vida se realizará. Este falso evangelho tem conduzido muitos para longe de um viver cristão autentico.
Nossas abordagens precisam ser mais constantes e com mais veemência sobre a necessidade de uma vida de santificação na presença daquele que é o Santo.
Santidade no falar: “Não saia da vossa boca nenhuma palavra que cause destruição, mas somente que é útil para edificação, de acordo com a necessidade, a fim que comunique a graça aos que a ouvem.” (Efésios 4.29). A palavra “torpe”, no grego, tem a idéia de “podre”.
Santidade no pensar: “Pensai nas coisas que são do alto, e não nas que são terrenas.” (Colossenses 3.2). O cristão autêntico não prende seus pensamentos naquilo que é deste mundo, pois eles vão muito além daquilo que é meramente passageiro.
Santidade no olhar: Uma das muitas características do ser cristão, é o olhar puro que não se volta para aquilo que é pecaminoso, pois este sabe muito bem dos perigos em que pode-se estar exposto.

Denunciar e condenar o pecado e a necessidade de arrependimento

Pastores e Líderes juntamente com suas igrejas devem denunciar e condenar o pecado.
Mesmo que isso não seja agradável aos ouvidos do povo, não se deve abdicar dessa tarefa dada por Deus.
Assim como Paulo encarrega a Timóteo de pregar a palavra, preparando-se a tempo e fora de tempo, aconselhando, repreendendo e encorajando com toda paciência e sã doutrina (II Tm. 4.2).
Com a mensagem de condenação do pecado, a igreja deve seguir o exemplo de João Batista: pregar o arrependimento.
Mateus 3.1-2 - “Naqueles dias apareceu João Batista, pregando no deserto da Judéia e dizendo: Arrependei-vos, porque o reino do céu chegou.”

Exercer a disciplina

Acã e sua família foram disciplinados (Js. 7.19-26). Davi foi disciplinado por Deus por meio de Natã (II Sm. 12.7-11). Paulo recomendou que aquele membro da igreja de Corinto praticante de incesto fosse disciplinado (I Co. 5.2-5).
Paulo afirma em Gálatas 5.9, que um pouco fermento é suficiente para que toda uma massa fique fermentada.

Cultivar a Palavra

O firme propósito de Deus para a família e a igreja é que a sua Palavra esteja presente no coração dos seus.
Mas infelizmente estamos presenciando uma geração que tem se afastado da Bíblia.
Por muitas vezes, conversa-se sobre a Bíblia, se defende a Bíblia, louva-se e exalta-se a Bíblia. No entanto conhece-se muito pouco sobre seu conteúdo.
É importante entender que o contato direto de cada família com as Escrituras é o principal meio de fortalecimento espiritual.
E a única maneira duradoura e efetiva de fazermos isso é dar à Palavra de Deus seu lugar de direito no coração da igreja.
Porque quando assim for, veremos o mundanismo ser expurgado para fora do nosso meio.

QUESTÕES PARA REFLETIR
  • *  Você acredita que a igreja; bem como suas famílias influenciam o mundo com os princípios da Palavra, ou estão sendo influenciados pelos princípios de uma sociedade sem Deus?
  •     Diante de tudo que abordamos nesta noite, o que mais tem contribuído para que o mundanismo penetre nos lares e nas igrejas?
  •      Você já parou para pensar em qual é o seu papel como parte deste corpo nesta luta contra o mundanismo?

 Conclusão

A luta contra o mundanismo é mais antiga do que possamos imaginar, e ela continuará até a volta do Senhor Jesus Cristo.
Se a igreja, juntamente com suas famílias, se unirem nessa batalha, o Reino de Deus será engrandecido, Deus se alegrará e o avanço do Evangelho se dará de uma forma muito natural, abreviando assim a volta do Senhor.
Para que enfim, no céu, estejamos livres de qualquer traço de impureza ou mundanismo.
Que Deus nos abençoe e conserve em nós esta alegre e firme expectativa, vivendo acima de tudo conforme o seu agrado.
Quero fechar esta mensagem com uma importante Palavra do Senhor para nós.

Tito 2.11-13 – “Porquanto, a graça de Deus se manifestou salvadora a todas as pessoas. Ensinando-nos a renunciar as paixões mundanas e a viver de uma maneira sensata, justa e piedosa nesta presente era, enquanto aguardamos a bendita esperança: o glorioso retorno de nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo.”

Somente pela Graça!

Ministrado por:
Profº Alysson Diniz R

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